Jornal da Emater Edição 8 - page 2

EDITORIAIS
Tarcísio José Minetto
– Secretário de
Estado do Desenvolvimento Rural,
Pesca e Cooperativismo
Clair Tomé Kuhn
– Presidente
da Emater/RS e superintendente
geral da Ascar
AmarcadoEstadonaagriculturafamiliar
Estiagemnãodeve impactaraprodução
A
pesar de atingirem diretamente
a economia dos municípios e dos
agricultores da Metade Sul, as per-
das estimadas por conta da estia-
gem, que atinge as regiões de Bagé, Pe-
lotas e Porto Alegre, não devem impactar
significativamente na produção das cultu-
ras de verão da safra 2017/18. Inclusive, os
dados levantados de forma preliminar pela
Gerência de Planejamento da Emater/RS-
-Ascar, na primeira quinzena de fevereiro,
indicam perspectiva de aumento em 0,7%
na produção total das quatro principais
culturas (arroz, feijão, milho e soja), consi-
derando a estimativa inicial da safra, basea-
da no cálculo de tendência feito a partir da
média histórica dos últimos 10 anos. Numa
comparação com a safra anterior, estima-se
redução de 10,3%.
Isso porque é pequena a área cultivada
de soja nas regiões atingidas pela estiagem,
Campanha e Zona Sul, representando 18%
do total cultivado em todo o Estado. No caso
do milho, menos ainda, de apenas 13%. Já
na metade Norte, a safra segue dentro da
normalidade, com expectativa de aumento
significativo na produção, chegando a 17,5%
na cultura da soja, em Frederico Westphalen,
por exemplo. A maior estimativa de perdas
devido à estiagem é na região de Pelotas,
com redução de 41,8%na produção demilho
e 18% na de soja.
A importância fundamental da Emater/
RS-Ascar em fazer esse trabalho, da estimati-
va de plantio lá no início, acompanhamento
de safra e estimativa de colheita, é balizar a
tomada de decisões, principalmente merca-
dológicas, dos pequenos agricultores e da
sociedade em geral. Esse levantamento faz
parte do papel social da instituição, de norte-
ar o produtor para que ele possa precaver-se
e preparar-se para a comercialização.
Por meio dos nossos dados, os técnicos,
a equipe de planejamento e os agricultores
ficam sabendo o que está acontecendo em
todo o Estado. A partir daí, sabem se vai ren-
der agoraoumais tarde, se vai faltar ou sobrar
grão nomercado, qual o preço de comerciali-
zação, e assim por diante.
Nos últimos anos, a instituição fezprognós-
ticos extremamente acertivos, ficando dentro
da margemde erro de 2%. Na próxima edição
do
Jornal da Emater
, que circulará na Expo-
agro Afubra, ao final de março, emRio Pardo,
será apresentado um panorama praticamen-
te definitivo da safra das culturas de verão no
Estado e nas diversas regiões.
E
m 2018, mais um ciclo de evolução se
completa para a agricultura familiar do
Rio Grande do Sul. Ao analisarmos a
administração do Estado desde 2015,
temos a clareza de que a Secretaria do De-
senvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo
(SDR) é imprescindível para dezenas demilha-
res de produtores rurais familiares gaúchos,
assim como a nossa conveniada Emater é de
vital importância na assistência técnica e na
extensão rural. Nesteperíodo, enfrentamos di-
ficuldades e buscamos fazer a diferença para
colher vitórias que são amelhoria da renda e a
qualidade de vida das famílias do campo.
Por meio da SDR, desde 2015 o Governo
do Estado apoiou a realização de mais de
100 feiras pelo Rio Grande do Sul, oferecen-
do 2.867 espaços de comercialização para
agroindústrias familiares. Uma das marcas
da SDR é o Programa Gestão Sustentável da
Agricultura Familiar, lançado em 2016 e exe-
cutado pela Emater. O programa já sensibili-
zou mais de 20 mil famílias e elaborou cerca
de 7 mil planos de gestão e adequação so-
cioeconômica e ambiental. Diagnosticando
a realidade da propriedade e propondo so-
luções para aumentar a eficiência produtiva,
estamos aprimorando a produção e gerando
mais ganhos para a família.
Em paralelo à gestão das propriedades,
investimos no desenvolvimento dos agricul-
tores, financiando projetos produtivos. Ou-
tro programa que continua sendo executado
é o Troca-Troca de Sementes, que forneceu
940 mil sacas de sementes de milho e sorgo
para 356 mil produtores rurais, ligados a cer-
ca de 500 entidades neste período. Já o Pro-
grama Financiamento de Sementes Forragei-
ras ofereceu crédito via Feaper no valor de R$
8,2milhões para cerca de 85 entidades repre-
sentativas da agricultura familiar. Foram be-
neficiados em torno de 10,1 mil produtores
rurais. Com estes dois programas, incentiva-
mos a produção, gerando desenvolvimento
local e estadual.
Outro eixo importante na atuação da SDR
está na infraestrutura rural. Chegamos àmar-
ca aproximada de 292 poços tubulares pro-
fundos. As ações permitiram que quase 9 mil
famílias (cerca de 35 mil pessoas) passassem
a ter água de qualidade para consumo e uti-
lização na propriedade. Esse trabalho conti-
nuará, pois ainda temos no RioGrande do Sul
milhares de famílias do meio rural desprovi-
das de fontes seguras de abastecimento.
Na área do cooperativismo, o Programa
de Extensão Cooperativa atuou com foco
em gestão junto a cerca de 180 cooperativas,
que englobam cerca de 50 mil famílias asso-
ciadas, além de evidenciar a importância da
intercooperação. Entre outras ações, execu-
tamos cerca de R$ 20 milhões do Programa
de Aquisição de Alimentos (PAA), abrindo ca-
nais de comercialização para cooperativas da
agricultura familiar.
É impossível descrevermos neste espaço
tudo o que realizamos. Temos consciência de
que muito ainda precisa ser feito. Esse é um
trabalho que não se encerra nesta adminis-
tração. Nós vamos continuar buscando ome-
lhor para a agricultura familiar no Rio Grande
do Sul e para todos os gaúchos.
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JORNAL DA
EMATER
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