O
Estado de Minas Gerais vem
tomando uma série de me-
didas para dar cada vez mais
suporte à atividade cafeeira.
Uma das iniciativas recentes
é o Certifica Minas Café (CMC), um dos seg-
mentosdoCertificaMinas, programadecer-
tificação do governo de Minas Gerais, por
meio da Secretaria de Estado de Agricultu-
ra, Pecuária e abastecimento (Seapa) e de
suas vinculadas, o InstitutoMineirodeAgro-
pecuária (IMA), a Emater MG e a Empresa
de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais
(Epamig), que contempla também outros
produtos, como queijo e cachaça.
“O fato de ser uma certificação pública
levou a adotar um conceito que tornasse o
programa o mais abrangente possível, per-
mitindo o acesso de cafeicultores de qual-
quer porte, umavezqueacertificaçãoainda
era pouco acessível à maioria, em especial
aos pequenos”, explica o assessor especial
do Café da Seapa, Niwton Moraes. “Tal fato,
aliado à percepção de que era preciso ofe-
Certificaçãobuscaasssegurarasustentabilidade
docaféemMinasGerais,tendocomoreferência
oconceitodeBoasPráticasAgrícolas
Cafécertificadoem
MinasGerais
recer algo que fosse bastante atrativo, moti-
vouaqueomodeloa ser adotado fosseode
Boas Práticas Agrícolas, ou GAP (do inglês
Good Agricultural Practices
)”.
Os produtos obtidos sob condição GAP
têm, potencialmente, o mais amplo dos
mercados mundiais. “Além disso, como
certificação pública, o CMC é uma plata-
forma bastante universalizada, estando
sempre próxima da maioria dos outros
standards
, para facilitar caso o cafeicul-
tor pretenda obter uma segunda ou tercei-
ra certificação”, frisa Moraes. O CMC conce-
be, assim, relevante papel de prestação de
serviço à sociedademineira. Para facilitar a
colocação dessa concepção em prática, foi
preciso montar estrutura de trabalho que
permitisse baixos custos ao cafeicultor e
optou-se por ter a assistência técnica gra-
tuita, realizada pela Emater-MG e audito-
rias realizadas pelo IMA, a preços módicos.
Outro fator considerado na concep-
ção do programa foi que ele teria destaca-
da conotação de gestão interna da ativida-
de: a sustentabilidade econômica. “Assim
como as demais certificações, que usual-
mente se lastreiam nos pilares de susten-
tabilidade ambiental, social e econômica,
o CMC adotou as mesmas premissas”, sa-
lienta Moraes. “Entretanto, logo desenvol-
veu forte foco na gestão, mantendo os ou-
tros critérios de sustentabilidade”.
Essa característica facilitou sobremanei-
ra outro aspecto: para fazer a rastreabilida-
de e uma gestão eficiente, ambos exigidos
para a obtenção do certificado, é indispen-
sável que se faça uma série de anotações.
Atualmente, a sucessão na atividade rural é
um sério problema a ser enfrentado, sobre-
tudo na agricultura familiar.
Ao longo dos anos, o programa adqui-
riu credibilidade e apresenta crescimento
consistente, alcançando 1.300 proprieda-
des certificadas em 2016. Mais recentemen-
te, comas parcerias firmadas eas vendas do
café certificado para importantes compra-
dores internacionais, o selo adquiriu visibi-
lidade internacional e começa a firmar-se,
também, nomercado externo.
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Outras linhas
Alémda certificação de proprieda-
des cafeeiras, oCMC temoutras três li-
nhas de ação: Circuito Mineiro de Ca-
feicultura, que consiste em encontros
de cafeicultores em cidades-polos
microrregionais, sendo aproximada-
mente 30 encontros por ano, comdis-
cussão de temas técnicos, conjuntu-
rais e de gestão da atividade cafeeira;
Concurso de Qualidade dos Cafés de
Minas, emsua 14ª edição anual; ema-
peamento e monitoramento do par-
que cafeeiro de Minas Gerais.
PAINEL
Panel
Sílvio Ávila
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