Inor Ag. Assmann
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tores após cinco temporadas de prejuízos,
observa a equipe de pesquisadores na área
de Hortifruti do Cepea, em maio de 2016.
Com base em dados da Coordenadoria de
Defesa Agropecuária (CDA) de São Paulo,
verificou que entre o primeiro semestre de
2012 e o segundo semestre de 2015, quan-
do diminuíram os preços, caiu em 36% o
número de propriedades citrícolas no prin-
cipal Estado produtor (para 11.222 unida-
des) e 17% o número de plantas (para total
de 187.127.641), commaior reflexo nas pe-
quenas e médias áreas, enquanto nas gran-
des houve algum acréscimo.
Com diminuição da produção e baixa
de estoques no Brasil, e também em outra
outra área de forte produção (Flórida, nos
Estados Unidos), o Cepea manifesta ainda
perspectiva de valorização do principal pro-
duto do setor, o suco, no mercado externo.
Tudo isto, na avaliação dos analistas, pode-
ria assegurar novo ciclo econômico na cul-
tura. Mas, para se sustentar, veem neces-
sidade de enfrentar uma série de desafios
estruturais. Citam endividamento, elevação
de custos, aumento do HLB (
greening
) e
outras doenças, desigualdade na fixação do
preço da caixa de laranja, avanço de poma-
res próprios de indústrias, adversidades cli-
máticas e produtividade.
Os pesquisadores apontam, para os pro-
dutores que seguem na citricultura, a rele-
vância de sanar dívidas o mais rápido possí-
vel e recuperar a capacidade de investimento
no cenário positivo. Ao mesmo tempo, indi-
cam ummodelo de negócio mais diversifica-
do, gestão de controle do
greening
compar-
tilhado e remuneração com melhor efeito
distributivo. Desafios maiores, acentuam,
têm os pequenos e médios produtores,
que, por ações coletivas e individuais, pre-
cisam reduzir riscos na atividade.