Anuário Brasileiro de Citros 2016 - page 60

Inor Ag. Assmann
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Em todos os países nos quais a citricultu-
ra tem importância econômica, as pesquisas
de longo prazo para controlar o Huanglong-
bing, conhecido no Brasil como HLB ou
gre-
ening
, estão em andamento e deverão trazer
no futuro mais ferramentas para auxiliar no
manejo da doença. Porém, é certo que não
haverá uma só solução para o controle da
doença. A integração de medidas é – e será
– fundamental para o sucesso do citricultor
perante esse desafio, na opinião de Renato
Integraçãodas medidas
de controle tende
a continuar sendoo
meiomais eficaz de
combate aogrande risco
representado peloHBL,
ou
greening
Luz
Bassanezi, pesquisador do Fundecitrus.
Os citricultores que optaram por convi-
ver com a doença no campo não foram ca-
pazes de controlar seu avanço. Aos poucos,
seus pomares perderam a produtividade e
eles acabaram deixando o cultivo de citros.
“Por outro lado, os produtores que se or-
ganizaram, executaram o manejo regional e
efetuaram parcerias com seus vizinhos, se-
guindo as recomendações de controle do
inseto e de eliminação de plantas doentes,
conseguiram manter a incidência da doen-
ça em baixa e a produtividade do pomar em
alta”, destaca Bassanezi.
Essas ações resultaram na estabilidade
da incidência de HLB no parque citrícola,
pela primeira vez desde a identificação da
doença. O levantamento amostral realizado
pelo Fundecitrus apontou que, em 2016,
17,89% das plantas do parque estão conta-
minadas pelo
greening
, número similar ao
de 2015. “Essa desaceleração no crescimen-
to da doença foi causada, principalmente,
pela erradicação de pomares adultos alta-
mente contaminados e pouco produtivos e
pelo manejo rigoroso praticado pelos citri-
cultores”, enfatiza o pesquisador.
Mesmo assim, o problema ainda não
está solucionado, pois a incidência da do-
ença em pomares jovens é crescente e a se-
veridade de HLB continua alta, embora me-
lhor do que em muitos países que também
convivem com a doença. O que mostra que
o manejo rigoroso, com a erradicação das
plantas doentes, deve ser mantido para que
a incidência não continue crescendo.
Para o pesquisador Marcos Antonio Ma-
chado, pesquisador do Instituto Agronômico
de Campinas (IAC), da Secretaria de Agricul-
tura e Abastecimento do Estado de São Pau-
lo, e diretor do Centro de Citricultura Sylvio
Moreira, o Brasil tomou amedidamais corre-
ta ao adotar umconjunto de ações paramini-
mizar os efeitos da doença enquanto não en-
contra solução final. “Nos Estados Unidos, a
pesquisa está focada em encontrar uma solu-
ção radical, uma bala de prata, e isso vem afe-
tando de forma drástica a produção”, afirma.
no horizonte
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