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Novas variedades
O ano de 2016 foi marcado pelo lançamento de duas novas
cultivares de banana pela Embrapa Mandioca e Fruticultura.
Conforme o pesquisador Edson Perito Amorim, a BRS Pacoua
é a primeira cultivar de bananeira do tipo Pacovan registrada
e protegida no Brasil junto ao Serviço Nacional de Proteção
de Cultivares (SNPC), vinculado ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa). “A cultivar foi desenvolvi-
da em parceria com a Embrapa Amazônia Oriental especifica-
mente para o Estado do Pará, que é o quarto produtor da fru-
ta brasileiro”, expõe.
Já a BRS SCS Belluna é a primeira cultivar lançada pela
Embrapa indicada para processamento, permitindo agre-
gação de valor à fruta a partir de subprodutos, como bana-
na passa, farinha, biomassa verde e chips. Destinada em es-
pecífico para Santa Catarina, o desenvolvimento da cultivar
contou com parceria da Empresa de Pesquisa Agropecuária
e Extensão Rural do Estado (Epagri). Os catarinenses são o
terceiro maior produtor da fruta no País e tradicionalmen-
te aproveitam a banana para a fabricação de processados.
Sóna
batida
Aquasetotalidadeda
produçãobrasileira
debananaséabsorvida
pelomercadointerno,
comconsumode6,96
milhõesdetoneladas
dafruta
C
om seu sabor e aroma úni-
cos, a banana é a fruta predile-
ta dos brasileiros. A facilidade
de acesso também contribui
para os altos índices do consu-
mo, uma vez que é encontrada em todos
os recantos do País. A predileção pode ser
constatada nos números, uma vez que em
torno de 99% da produção nacional abas-
teceu o mercado interno em 2016. A pro-
dução dos bananais atingiu 6.962.134 to-
neladas, em área de 474.054 hectares. A
atividade engloba cerca de 800 mil unida-
des produtoras, sendo amaioria de peque-
Em 2016, menos de 1% da produção
nacional de bananas foi exportada
no porte e de perfil familiar.
De acordo com a pesquisadora Áurea
de Albuquerque Gerum, da Embrapa Man-
dioca e Fruticultura, de Cruz das Almas
(BA), as duas principais regiões produtoras
de banana no Brasil correspondem, jun-
tas, a quase dois terços da produção inter-
na da fruta. ONordeste produziu 2.381.619
toneladas na safra (34,27% da produção
nacional), e o Sudeste 2.195.543 toneladas
(31,59%). Emtodo o território nacional, em
2016, o rendimento médio foi de 14,82 to-
neladas por hectare, atingindo a projeção
esperada. Entre Rio Grande do Norte, Pa-
raná e Santa Catarina, estados com produ-
ção tecnificada considerável, a produtivi-
dade foi de 26 toneladas por hectare.
“Um dos fatores contribuintes para
esses resultados díspares é o nível de
adoção dos pacotes tecnológicos ade-
quados às micro e mesorregiões, que,
embora difundidos e disponíveis, ainda é
muito baixo”, explica Áurea, ao ressaltar
que o adensamento por variedade, em
combinação com um bom manejo, influi
positivamente nos resultados. A especia-
lista destaca ainda a lucratividade do ne-
gócio para os agricultores. “A cultura da
bananeira é, dentre as fruteiras, uma das
que oferece a maior rentabilidade média
por hectare, considerando-se toda a vida
útil do bananal”, frisa.
Com ganhos para os produtores e con-
sumidores brasileiros, uma vez que ain-
da fornece muitos nutrientes em favor da
saúde, a banana nacional é pouco vendi-
da para o exterior. O mercado aquecido
em2016 fez comquemenos de 1%da pro-
dução fosse exportada, 64.361.054 tonela-
das – quantidade menor do que em 2015,
quando foram embarcadas 80.275.478 to-
neladas, 1,17% da produção interna. En-
tre 2001 e 2016, omaior volume exportado
ocorreu em 2002, com 245.336,51 tonela-
das (3,67%da colheita). “De 2010 emdian-
te, essa quantidade vem decrescendo, as-
sim como o percentual de participação,
abaixo de 2%”, aponta Áurea.