Anuário Brasileiro da Fruticultura 2017 - page 47

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A
principal fruta do Brasil, a laran-
ja,emqueoPaísélídermundial,
junto como suco da fruta, caiu
muito em produção nos últi-
mos anos e, na fase 2016/17
(de julho a junho), deve registrar nova que-
da. No chamado Cinturão Citrícola (São
Paulo e Triângulo Mineiro), que concentra
dois terços do total, ovolumepodediminuir
18,7%, omenor em28 anos, de acordo com
estimativa do Fundo de Defesa da Citricul-
tura (Fundecitrus), em dezembro de 2016.
Mas para próxima temporada o segmento
Safra 2016/17 no Cinturão Citrícola
registra menor volume em 28 anos
n
n
n
Impulso para investir
Commenor produção brasileira e americana, os preços, tan-
to damatéria-prima como do produto industrial, registraramau-
mento expressivo em nível nacional e internacional, como le-
vantou o Cepea. Na média parcial da temporada entre julho e
dezembro de 2016, o preço da laranja pera e tardia nas processa-
doras atingiu R$ 22,21 pela caixa de 40,8 quilos, o que representa
aumento de 79,2%na comparação comamédia domesmo perí-
odoem2015. Já as cotações do suconaBolsadeNova York, no fi-
nal de 2016, ultrapassaramaUS$ 3.000,00 pela tonelada.
Para o ciclo 2017/18, a indicação verificada pelo centro de
estudos no início de janeiro de 2017 era de que houvesse au-
mento de produção. Neste sentido, estariam contribuindo flo-
radas consideradas satisfatórias e chuvas dentro ou acima da
média, além de clima ameno, favorecendo o “pegamento” dos
frutos, e ainda a retomada de investimentos emtratos culturais,
com impulso dos maiores preços. A principal região produtora
voltaria a resultados próximos a 300 milhões de caixas, contra
cerca de 244milhões estimadas para a temporada anterior. Mas
os volumes ainda não seriam suficientes a fimde trazer os esto-
ques de suco de laranja para o equilíbrio técnico.
Produçãodelaranja
edesucodolíder
Brasilbaixadeforma
significativa,tem
preçoselevadose
buscaaretomada
paraonovociclo
Renovando
energias
evidencia possível reação, embora a oferta
ainda deva continuar apertada.
A explicação para o resultado recente é
omenor “pegamento” dos frutos namaio-
ria das regiões do cinturão produtor, em
função de forte calor no período do pro-
cesso. Além disso, conforme análise do
Centro de Estudos Avançados em Econo-
mia Aplicada (Cepea), da Escola Superior
de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da
Universidade de São Paulo (USP), a redu-
ção do parque citrícola nos últimos anos,
decorrente da crise de preços; os inves-
timentos limitados dos produtores e o
avanço da doença
greening
reforçam a di-
minuição no volume produzido.
Com isso, o estoque de passagem das
indústrias pode chegar próximo a zero no
final da safra. O volume de suco estocado
previsto pela Associação Nacional dos Ex-
portadores de Sucos Cítricos (CitrusBR)
para esse momento, em junho de 2017, fi-
caria em torno de 2mil toneladas, omenor
nível da história e bemabaixo da quantida-
de considerada estratégica, de 300mil tone-
ladas. Maior fornecedor mundial do produ-
to, em97%destinado ao exterior, e sendo o
país que responde por cerca de 70% do to-
tal comercializado, oBrasil procura atender
ao mercado e, entre julho e dezembro de
2016, conseguiu embarcar quantidade se-
melhante à deste período em2015.
No ano civil de 2016, a exportação de
suco de laranja brasileiro chegou a apre-
sentar pequena elevação (4%) em relação
a 2015, enquanto nos primeiros seis me-
ses do ano safra 2016/17 ficou em níveis
parecidos. A União Europeia é o principal
mercado e teve pequeno crescimento nas
vendas fechadas em 2016, mas queda nos
números parciais do novo ciclo. Enquanto
isso, a destinação para os Estados Unidos,
segundomaior cliente do produto brasilei-
ro e segundo produtor mundial, que tam-
bém colhe safra menor, teve aumento de
19%nas operações feitas no semestre.
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