Anuário Brasileiro da Fruticultura 2017 - page 31

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e há espinhos no abacaxi, e
que precisam ser removidos
para seu aproveitamento, em-
bora possam virar até elemen-
to de decoração, não parecem
estar tão presentes na vida real da fruta,
ao se considerar a intenção de plantio que
o Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
tística (IBGE) observou em seus levanta-
mentos recentes. Em 2016, ainda que os
números produtivos apresentem peque-
na queda, a indicação de área plantada
é muito positiva: teria aumentado 47,3%,
de acordo com a fonte oficial. A tendência
estaria sendo verificada em quase todos
os principais estados produtores.
Uma boa parte desta ampliação pode
A produção diminuiu um pouco em
2016, mas deve ser maior em 2017
n
n
n
Altos valores
O mercado do suco brasileiro de abacaxi tem se mostrado
bastante favorável, destaca José Souza, pesquisador da Em-
brapa Mandioca e Fruticultura. Ao analisar o desempenho dos
últimos 15 anos (2002-2016), constata aumentos considerá-
veis nos preços médios obtidos, na ordem de 7,44% ao ano,
“evidenciando o bommomento das exportações deste produ-
to”. Entre 2015 e 2016, o aumento chegou a 10,6%, atingindo
US$ 2.579,09/t, enquanto o valor total cresceu 48,2% e o volu-
me exportado, 34,1%.
Os últimos valores pagos foram os maiores já observados
nas exportações brasileiras de suco de abacaxi desde 2002, con-
forme registros do pesquisador. Neste ano (2016), as vendas
do suco brasileiro tiveram destinação para 19 países. Os mais
importantes, em volume, foram: Holanda (51,5%), Argentina
(12,6%). Bélgica (8,4%), Suíça (6,7%) e Itália (6,0%), ficando ain-
da 14,9% para outros destinos. Como formas de transporte, fo-
ramutilizadas amarítima (83,2%) e a rodoviária (16,8%), opção
adotada no envio do produto a países do Cone Sul.
Cortando
espinhos
Segmentoprodutivo
deabacaxiapostaem
aumentodeplantio,
commercadosinterno
defrutasfrescase
externoparasuco
bastanteaquecidos
ser explicada pelo mercado interno de fru-
tas frescas e pelas exportações de suco, que
continuam bastante aquecidos, conforme
José Souza, pesquisador da Embrapa Man-
dioca e Fruticultura, com sede em Cruz das
Almas, naBahia. As informações sobreoau-
mentodoplantiode abacaxi noPaís, embo-
ra o ciclo de produção da cultura seja de 18
meses, inclusive já sinalizam, segundo ele,
produçãomaior em2017emrelaçãoaoano
anterior, que teve algum decréscimo, de
acordo comos números iniciais.
A estimativa do IBGE para 2016, fei-
ta no mês de dezembro, indicava que, na
comparação com2015, a produção decres-
ceu 2,5%, o rendimento diminuiu 1,7% e a
área colhida, 0,8%. Estas variações podem
ter explicação nas ocorrências de proble-
mas climáticos, pragas e doenças, men-
ciona Souza, registrando que o compor-
tamento nacional da cultura apresenta
pequenas oscilações no tempo. Nos últi-
mos 15 anos (2001 a 2015), as taxas mé-
dias de crescimento anual foram positi-
vas: área colhida (0,6%), produção (1,3%)
e produtividade (0,7%).
Na exportação, o destaque fica com
o suco de abacaxi, enquanto a venda ex-
terna do produto fresco, incluído também
o seco, decaiu nos últimos tempos. Em
2016 ainda registrou índices positivos de
crescimento no volume (91,3%) e no valor
(56,2%). Já o preçomédio diminuiu 18,3%.
Mas o volume comercializado da fruta em
2016 (3.014 t) émuitomenor do que o obti-
do em2007 (36.764 t), por exemplo, lembra
Souza. Ele observa que a produção brasi-
leira não se enquadra mais no tipo de fru-
to mais transacionado em nível mundial.
O mercado internacional, informa o
pesquisador, é dominado pela varieda-
de MD-2 (com sabor ainda mais doce, de
alto teor de vitamina C e de vida pós-co-
lheita mais longa, quando comparada
com a Smooth Cayenne, que dominava
antes). Como a produção do Brasil é dis-
tribuída entre as variedades Pérola (88%)
e Smooth Cayenne (12%), explana Sou-
za, as exportações de frutas frescas tor-
naram-se bastante limitadas e, de forma
geral, dirigidas para mercados próximos.
Em 2016, as principais participações fo-
ram da Argentina, com 78,8%; e do Uru-
guai, com 16,3%.
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