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O
conceituado limão brasilei-
ro, também conhecido como
lima ácida tahiti, passou em
2015 e 2016 por fases que fu-
giram à normalidade. Omer-
cado da fruta em São Paulo, maior Estado
produtor, “está atípico neste ano, emdecor-
rência da elevada demanda industrial, prin-
cipalmente no primeiro trimestre, e exter-
na, além dos efeitos do clima”, registrou o
CentrodeEstudosAvançados emEconomia
Aplicada (Cepea), da Universidade de São
Paulo (USP), emagosto de 2016.
Maior Estado produtor, São Paulo
registrou números menores em 2015
n
n
n
Em transição
Para 2017, conforme levantou o Cepea, a expectativa é
de obter “maior qualidade e quantidade nas frutas de limão
tahiti, devido ao clima mais favorável em 2016, com chu-
vas bem distribuídas e floradas satisfatórias nos pomares
paulistas”. De modo geral, de acordo com Afonso Casteluc-
ci, presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Ex-
portadores de Limão (Abpel), o setor passa por fase de tran-
sição. Depois de um avanço, afirma, apresentam-se alguns
problemas no processo produtivo, que precisam merecer
total e rápida atenção, além de se avançar sempre mais em
padrões e processos, para assegurar boas perspectivas ao
segmento, dentro e fora do País.
Momentos
atípicos
Segmentode
limãoenfrentaem
períodorecente
comportamentoatípico
emclima,produção
epreços,quese
mantiveramaltos
durante2016
“Houve umamudança no ciclo de chu-
vas, ainda em 2015, e assim no ciclo do
produto e dos preços”, identificou Afonso
Castelucci, presidente da Associação Bra-
sileira dos Produtores e Exportadores de
Limão (Abpel), emsetembro de 2016, para
o
Anuário Brasileiro de Citros
. Foram rece-
bidos valores elevados em períodos não
típicos deste comportamento, como o pa-
gamento de R$ 70,00 pela caixa do produ-
to no mês de agosto de 2016 no mercado
interno, observou o dirigente.
Inclusive em boa parte do primeiro tri-
mestre, quando os preços costumam cair,
a fruta foi negociada em patamares eleva-
dos, refletindo a oferta restrita do produ-
to, comentou o Cepea, emagosto de 2016.
Já na virada do ano, o centro de estudos
avaliou que os valores do limão permane-
ceram elevados em quase todo o período,
com média recorde entre fevereiro e ou-
tubro, na ordem de R$ 41,82 pela caixa, o
que representa aumento de 57,3% em re-
lação a 2015.
A produção da fruta, pelos números
oficiais de 2015 para o País, ainda chega
a registrar recuperação sobre o ano an-
terior, mas em São Paulo, que responde
por 64% do total, os resultados foram um
pouco inferiores, inclusive na área colhi-
da. Houve algum incremento nos estados
que sucedem São Paulo entre os primei-
ros na cultura, Bahia e Minas Gerais, cada
qual com pouco mais de 10% da produ-
ção nacional. Já em 2016, pelo observado
no mercado, a avaliação é de que houve
redução na oferta.
Em nível externo, onde o produto do
Brasil ganhou destaque nos últimos anos
“pela sua disponibilidade durante o ano in-
teiro e por sua boa aparência”, conforme
lembra o dirigente da Abpel, o setor man-
teve estabilidade no volume vendido em
2016. Já a receita aumentou 14,4%, recu-
perandoboapartedo valormenor atingido
no ano anterior. O principal mercado do li-
mão brasileiro é o europeu, destinando-se
amaior parte para os Países Baixos.