Marcha
acelerada
Câmbio favorável ajuda a incrementar resultados das vendas externas da
olericultura e a sustentar uma melhora em sua participação no comércio
O volume ainda é baixo (cerca de 1%
da produção), mas voltam a melhorar as
exportações brasileiras de produtos ole-
rícolas. Em 2015, após um ano em que
já houvera algum acréscimo nos núme-
ros do comércio exterior, o incremento
chegou a 27,7%, com o total de 393 mil
toneladas. Na receita em dólares, os nú-
meros não se alteraram tanto, na ordem
de 3,3%, totalizando US$ 290,7 milhões.
Porém, o câmbio, com o dólar valorizado
diante do real, foi fundamental para que
fossem ampliadas as vendas.
Dois produtos líderes, que na verdade
estão inseridos também na fruticultura,
tiveram ambos um bom desempenho em
2015. Disparado na liderança, o melão al-
cançou seu recorde nas vendas externas,
com volume de 233,7 mil toneladas e in-
cremento de 13,6%, ainda que houvesse
limitações na oferta por questões climá-
ticas. Já o valor apurado ficou próximo
ao do ano anterior (mais 1,6%), atingin-
do US$ 154 milhões. O principal merca-
do continuou sendo a União Europeia,
mas existe bastante expectativa no setor
para ampliar espaços no exterior, como é
o caso da gigante China.
O crescimento nas exportações de
melancia, por sua vez, chegou a atingir
79,1% em quantidade e 64,1% em recei-
ta. O resultado foi atribuído em especial
ao câmbio favorável, ao mesmo tempo
em que foram registrados investimen-
tos tecnológicos no setor. Os grandes im-
portadores da olerácea frutífera do Brasil
também são nações europeias, a exem-
plo dos Países Baixos e Reino Unido, mas
foi constatado aumento nas compras por
parte de países do Mercosul.
Os produtos de mandioca, na tercei-
ra posição entre os mais vendidos para o
exterior no segmento, igualmente deram
salto importante (mais 47%), em especial
a fécula, cujos embarques quase chega-
ram a triplicar. Foram direcionados em sua
maior parte à América Latina (9 mil tone-
ladas) e passaram a inserir com destaque a
Ásia (6,7 mil toneladas). Conforme o Cen-
tro de Estudos Avançados em Economia
Aplicada (Cepea), da Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), vin-
culada à Universidade de São Paulo (USP),
foi o maior volume exportado em 12 anos.
Entre os principais itens da olericul-
tura do Brasil destinados ao exterior em
2015, ainda apresentaram bom avan-
ço dois produtos que se encontram en-
tre os mais importados, a batata inglesa
e a cebola. Outras hortaliças que tiveram
boa evolução na venda externa foram o
milho-doce e a ervilha, além de cascas
e sementes diversas. Estas já tiveram in-
cremento no ano anterior, confirmando
reforço na escalada que o setor busca,
com a expectativa de que possa se solidi-
ficar a partir da qualidade e da diversida-
de da produção brasileira.
23
NEGÓCIOS COM O MUNDO
Global businesses
Exportações de hortaliças em 2015
Produtos
kg
Melão
233.746.193
Melancia
54.953.858
Mandioca
52.174.809
Batata-inglesa
10.876.869
Milho-doce
10.685.605
Tomate
5.035.625
Ervilha
4.979.968
Cebola
4.921.007
Cascas
2.999.602
Condimentos/temperos
2.632.388
Batata-doce
1.829.410
Sementes diversas
1.508.292
Cenoura
851.100
Mostarda
644.474
Pepino
135.184
Outros
5.302.249
Total
393.276.633
Fonte:
MDIC/Aliceweb
– Elaboração:
Editora Gazeta.
PARA DENTRO
Imports
Importações de hortaliças em 2015
Fonte:
MDIC/Aliceweb
– Elaboração:
Editora Gazeta.
Produto
Kg
Batata-inglesa
311.352.369
Cebola
274.678.338
Alho
163.557.974
Ervilha
41.724.208
Tomate
33.099.954
Lentilha
11.042.852
Mandioca
8.607.151
Sementes diversas
7.255.519
Grão-de-bico
7.169.970
Morango
6.844.026
Condimentos/temperos
5.625.633
Cogumelo/trufa
3.834.324
Pepino
2.874.842
Mostarda
2.815.479
Aspargo
2.067.474
Outros
34.992.191
Total
917.542.304