Anuário da Região Oeste da Bahia - page 21

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Algodão baiano
recupera-se e alcança a
suamaior produtividade,
gerando otimismo
para umgrande
incremento no plantio
da próxima safra
A normalização do clima e as ações estratégicas no campo
fizeram decolar a produtividade do algodão para o seu ponto
mais alto no Oeste da Bahia na safra 2016/17. A região respon-
depelamaiorpartedasuaproduçãonoEstado,queporsuavez
secolocacomoosegundomaiorprodutornoPaís,eapresentou
rendimento de 310 arrobas por hectare, quase dobrando o re-
sultado alcançado na etapa anterior, bastante afetada por con-
dições climáticas adversas. Com 190 mil hectares plantados, a
área mais baixa dos últimos anos, a produção de algodão em
caroço(capulho)totalizou883,5miltoneladasnoOeste(353mil
toneladas de pluma), enquanto no Estado, incluindo a região
produtora no Sudoeste, foram cultivados 201,6 mil hectares e
colhidas 937,5mil toneladas (393,7mil toneladasdepluma).
Os dados foram apresentados no
Conselho Técnico da Associação de Agri-
cultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) pela
Associação Baiana dos Produtores de Al-
godão (Abapa). Os bons resultados na
produtividade da cultura, conforme a pri-
meira estimativa da entidade dos produ-
tores, deverão incrementar na ordem de
35% a área plantada na próxima tempo-
rada (para 256 mil hectares no Oeste e
para 272 mil hectares no Estado). Manifestando confiança
nesta retomada, Júlio Cézar Busato, presidente da Abapa,
comenta que, após índice de chuvas abaixo damédia históri-
ca na região, “felizmente o clima voltou à normalidade e es-
tamos obtendo recorde de produtividade”.
Além disso, o dirigente observa que, “nos momentos de di-
ficuldades, os produtores melhoraram seus processos de pro-
dução, avançaram na tecnologia e em equipamentos, buscan-
do maior eficiência”. Relata que talhões de lavouras na região
chegarama produzir até 500 arrobas por hectare, “o que era ini-
maginável no Brasil até pouco tempo atrás”. Busato destaca, em
especial, efeitos de ações estratégicas desenvolvidas pelos pro-
dutores, comequipe técnicadaAbapa, noProgramaFitossanitá-
riode Controle e PrevençãodoBicudodoAlgodoeiro, propician-
doreduçãodeaplicaçõesdeinseticidaseregistrozerodedano.
“Estamos todos fazendo o dever de casa e utilizando toda
a tecnologia necessária para produzirmais e commaior qua-
lidade de fibra, que já é um destaque na região”, enfatiza o
presidente da organização dos produtores. Conclui acredi-
tando que, alémde os produtores retomarema área de plan-
tio na próxima safra, haverá continuidade nesta direção nos
anos seguintes, demaneira a aproveitar na plenitude a capa-
cidade instalada de 400 mil hectares e, dessa forma, gerar a
riqueza e o desenvolvimento que a cultura temcondições de
proporcionar à região e ao Estado.
Ao Nordeste e
para o exterior
A qualificada fibra produzida na Bahia
atende às indústrias de fiação noNordeste
e ainda omercado internacional. Em2016,
commenor oferta, chegou a ser destinado
ao exterior 55%do total da pluma produzida
noOeste, enquanto em2017, até setembro, a
percentagemdirecionada à exportação ainda
estava baixa, devido a problemas ocorridos
comfalta de caminhões para transporte até
os portos. Mais de 90%do total exportado
sai pelo porto de Santos, emSão Paulo, e
uma fração por Paranaguá, no Paraná, como
tambémpor Salvador, na própria Bahia,
por onde há tratativas para canalizarmaior
parcela, a partir de adaptação e organização
do embarque, que o porto de Aratu pretende
implementar e a região tem interesse emver
concretizado. Os principais destinos externos
do produto baiano são países asiáticos.
voa alto
A
pluma
Produçãode
algodãoemcaroço
atingiu310 arrobas
porhectareno
ciclo2016/17
Vespasiano Neves/VESPA
altos voos
flying high
Pluma baiana destinada ao exterior
Destinos (18) em2017: China, Vietnã, Indonésia, Turquia, Bangladesh, Malásia,
Coreia do Sul, Tailândia, Itália, Paquistão, Japão, Barein, Taiwan (Formosa), Portugal,
Índia, Espanha, Bélgica, Tunísia.
* Exportações até setembro, comatraso por falta de caminhões para transporte aos portos.
Fonte:
MDIC/AliceWeb2 – Aiba.
Ano
Produção
Exportação
%
(mil t – Oeste)
(mil t – Estado)
2015
473
234
49
2016
302
165
55
2017*
353
93
26
1...,11,12,13,14,15,16,17,18,19,20 22,23,24,25,26,27,28,29,30,31,...100
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