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Multiplicação de
sementes, comdestaque
para a soja, coloca o
Oeste emevidência,
atendendo à demanda
estadual e exportando
para outras regiões
O Oeste da Bahia destaca-se com desenvoltura no mapa do
agronegócio brasileiro e mundial. E não é diferente (muito pelo
contrário) na área de produção de sementes, talvez inclusive o
setor mais estratégico a criar a base para a formidável expansão
das cadeias agrícolas e pecuárias. O avanço no cultivo de grãos
eaagregaçãodediferenciais dequalidadeedeprodutividadeàs
lavouras só forampossíveis porque o setor sementeiro especiali-
zou-se cada vez mais, atendendo às demandas dos agricultores
e por vezes antecipando-se a elas, propondo novas tecnologias,
emsintoniacomaspeculiaridadesdeclimaedesolo.
Boapartedesseavançoarrojadonaárea
demultiplicação de sementes pode ser cre-
ditado à organização regional desse seg-
mento,queresultounacriação,em2011,da
Associação dos Produtores de Sementes de
Soja dos Estados do Matopiba (Aprosem),
atualmente presidida por Laerte Baechtold.
Comaunião, umadasmedidaspontuais foi
o incrementonaestruturadebeneficiamen-
to, oque logo se traduziuemqualidade tipo
exportação.Tantoque,hoje,cercade70%dassementesmultipli-
cadas no Oeste são enviadas para outros estados, emespecial o
MatoGrosso,que,sozinho,absorvecercadeumterçodaoferta.O
restantedo comercializadopara forada regiãoé enviadoaMara-
nhão, Tocantins, ParáePiauí, conformando seis estados clientes,
juntocomaprópriaBahia.
Odiretor executivodaAprosem, IvanirMaia, queacompanha
desde o princípio a formalização e a expansão da área no Oeste
daBahia, enfatizaquea sojaé, aexemplodoqueocorrenoagro-
negócio como um todo, a grande vedete no ramo de sementes.
Elecalculaem3,3milhõesdesacasde40quilosaúltimasafrade
sementesdaoleaginosa.Aáreaformadapelosprodutoresdesoja
revela o gradativo avanço na demanda: no ciclo 2016/17 haviam
sido semeados 1,58milhão de hectares na região; na nova safra,
estatísticasindicamqueaáreachegaa1,6milhãodehectares.
Na Aprosem estão concentrados 15 dos 17 sementeiros do
chamadoMatopiba,regiãocompreendidaporMaranhão,Tocan-
tins, Piauí eBahia, cujas sílabas iniciais formama sigla. Destes, 11
são da Bahia. Embora na denominação a Aprosem façamenção
aoMatopiba,mais recentemente a entidade integrouumprodu-
tor da regiãovizinhadoPará. E, alémda soja, que temamplodo-
mínioemvolumedesementes,multiplicadoresassociadosainda
sededicamamilho,forrageirasealgodão.Nocasodomilho,aco-
lheitaéfeitanaregião,masobeneficiamentodassementesérea-
lizadoemoutrosestados.
Eas forrageiras têmse reveladonicho interessante, conforme
Maia. Uma vez que a região temclimamuito peculiar, compou-
ca precipitação e longos períodos semchuva, isso favorece ode-
O risco da pirataria
“Osetormultiplicadordesementesestá
plenamenteestabelecidoehojeostenta
enormeprofissionalismonoOesteda
Bahia”,salientaIvanirMaia.“Assimcomoo
agronegócioconstituiuumpoloindiscutível
naregião,amodernizaçãodasestruturasde
beneficiamento,promovidanosúltimosanos,
colocouamultiplicaçãodesementesnomesmo
patamar”.Osreflexospositivosdessaeficiência
edessaqualidadesãosentidosemtodoo
Matopibaenasdemaisregiõesenospaísesque
seabastecemdesementesnoOeste.
E se no cultivo regional os benefícios das
sementes de qualidademultipicadas no
Oeste da Bahia são visíveis e contabilizáveis,
Maia apenas alerta que a região, a exemplo
de outras áreas doBrasil, se ressente de
umproblema ainda crônico, o da pirataria,
coma venda de sementes comuns por parte
de produtores como se fossemsementes
multiplicadas. “É umdrama. Isso é ilegal,
passível de punições previstas em lei, e
acaba comprometendo de forma pontual a
qualidade e a produtividade da colheita de
muitos produtores.”
Aprosemreúne
produtoresde
sementesdo
Matopiba e
tambémdoPará
No
está sempre a semente
senvolvimento das pastagens. “Hoje temos de 25 a 30mil hecta-
res com forrageiras, cuja semente nem é para consumo local, e
simparaexportaçãoaoutrosestados”,frisa.“Diriamais,ésemen-
tequeacabasendoenviadaparatodaaAméricaLatina,comdes-
taquepara espécies comoaBrachiaria”. Eo setor sementeirobe-
neficiou-se ainda do alto perfil tecnológico agregado a culturas
comoadoalgodão,querequermáximoapuroemtermosdepa-
cote tecnológicoedemecanização, oqueprontamente foi incor-
poradoaoramodemultiplicaçãodesementes.
princípio