Sojamantémcontínuo
crescimento noOeste
baiano e passa de 5,1
milhões de toneladas
no ciclo 2016/17,
amaior produção já
alçançada na região
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O grão de ouro da agricultura nacional e líder também na forte
área produtora do Oeste da Bahia reafirma sua posição de destaque
na safra 2016/17. A soja baiana, que se concentra nesta região, conti-
nuou a expansão no cultivo, recuperou-se de fases menos represen-
tativas na produtividade, por conta de fatores como estiagens, e pro-
duziu o mais elevado volume já alcançado, acima de 5,1 milhões de
toneladas. Maior expressão desta cultura no Nordeste e no Norte do
País, o Oeste baiano respondeu por cerca de 4,5% da produção brasi-
leira da oleaginosa, na qual está entre os principais produtores e mos-
tra vigor para se manter em ascensão.
A soja encontra lugar fértil para se desenvolver no Extremo Oes-
te da Bahia, além das condições naturais, por ser uma cultura com
domínio tecnológico por parte de todos
os produtores da região, plena liquidez,
inclusive com comercialização anteci-
pada; e mercado persistente em nível
local e mundial, além de amplas con-
dições de financiamento oficial e priva-
do, bem como de armazenagem, avalia
o engenheiro agrônomo Luiz Stahlke,
assessor de agronegócio da Associa-
ção de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba). Neste contexto, o grão
insere também estruturas de esmagamento em Luís Eduardo Maga-
lhães e Barreiras, inclusive com perspectivas de novos investimentos.
Em vista disso, o seu cultivo deverá registrar novo crescimento na
região na etapa 2017/18, na faixa de 1,3%, abrangendo 1,6 milhão de
hectares, de acordo com as primeiras estimativas feitas pelo Conselho
Técnico da Aiba, composto por diversos organismos ligados ao agro-
negócio. O rendimento físico projetado é o máximo já alcançado, de
56 sacos por hectare, no período 2010/11, enquanto na última safra já
se chegou perto, com 54 sacos por hectare. Desta forma, a quantidade
produzida do grão poderá se aproximar de 5,4 milhões de toneladas
no próximo ciclo produtivo no Oeste baiano, o que constituiria mais
um número recorde.
Amaior parte do grão produzido na região normalmente é destina-
da ao exterior, em índice que ficou próximo de 62% há dois anos e em
2017, até setembro, estava na faixa de 46% do total. A China é o prin-
cipal país importador, seguido em 2017 de Japão, Itália, Paquistão,
Mais pela cultura
Enquanto isso, são ampliadas iniciativas
emprol da principal cultura agrícola da região,
tanto no plano fitossanitário, como é o caso
demonitoramento emplantio antecipado
de soja irrigada e de novo e forte programa
relacionado à ferrugemasiática (tema de
abordagemespecial nesta edição), quanto
no que tange amais atividades sustentáveis
nas áreas produtoras. Neste sentido, ocorre
ampliação do Programa Soja Plus noOeste da
Bahia, que promove ações de gestão contínua
das propriedades rurais, comabrangência
nos planos ambiental, econômico e social em
toda a cadeia produtiva.
Financiado pelo Programa para
oDesenvolvimento da Agropecuária
(Prodeagro), da região, e pela Associação
Brasileira das Indústrias deÓleos Vegetais
(Abiove), o trabalho é executado pela Aiba
e pela Abiove, comaUniversidade Federal
de Viçosa, emMinas Gerais. Em2017, prevê
atendimento de 160 propriedades rurais em
novemunicípios doOeste baiano, envolvendo
326mil hectares de soja e beneficiando 2.640
empregados fixos e 1.076 temporários, com
a realização, entre outras atividades, de
vários cursos sobre gestão rural e normas de
saúde, segurança do trabalho e legislação
trabalhista. É considerado pela Abiove como
“umpassaporte para a valorização da soja
nomercado europeu”, já acessado pelo
importante e crescente produto baiano.
que se renova
Liderança
Áreadaoleaginosa
deverá aumentar
mais 1,3%na
próxima temporada
grãos para o mundo
grains for the world
Fonte:
MDIC/AliceWEb2-Aiba
- * Exportação até setembro
Dados recentes das exportações de soja baiana
Ano
Produção (mil t)
Exportação (mil t)
%
2015
4.200
2.609
62
2016
3.100
1.400
45
2017*
5.200
2.462
47
Vietnã, Reino Unido, Tailândia, Espanha e
Portugal. As exportações são feitas basica-
mente pelo porto de Salvador, na própria
Bahia, que no referido ano respondia por
94,5% do total, enquanto parcelas meno-
res ainda foram enviadas pelas estruturas
de Ilhéus, também na Bahia; de São Luís,
no Maranhão; de Barcarena, no Pará; e ain-
da de Santos, em São Paulo, e do porto de
Rio Grande, no Rio Grande do Sul.