Anuário Brasileiro da Soja 2017 - page 59

A
demanda de rações indus-
trializadas contabilizou 33,1
milhões de toneladas, mas
retrocedeu 1,5% no primei-
ro semestre de 2017, quan-
do comparada com o mesmo período de
2016. As estatísticas são do Sindicato Na-
cional da Indústria de Alimentação Animal
(Sindirações). Para o vice-presidente exe-
cutivo da entidade, Ariovaldo Zani, o alí-
vio no preço do milho e do farelo de soja
não foi capaz de motivar o confinamento
de bois, a alimentação preparada do reba-
nho leiteiro e o alojamento de pintainhos e
leitões. Já os produtores de ovos aprovei-
taram o recuo no custo desses insumos ao
longo dos seis primeiros meses.
“A recuperação no ritmo dos embar-
ques e a ainda lenta retomada do poder de
compra, resultado da menor inflação e da
menor taxa de juros, parecem já se refle-
tir na cadeia produtiva, cuja reação per-
ceptível desde julho poderá intensificar-
-se no segundo semestre, muito embora
o desemprego continue resiliente e o am-
biente de negócios ainda bastante instá-
vel”, pondera. Na análise da primeira me-
tade de 2017, o mercado demandou 16,5
milhões de toneladas de rações para fran-
crescer
Fome de
Setorderaçõesfoifavorecidopelo
alívionopreçodosgrãos,masacabou
prejudicadopelocenárioeconômico
noprimeirosemestrede2017
a demanda de rações para suínos decres-
ceu 3,3%no primeiro semestre e somou 7,7
milhões de toneladas, reflexo do retrocesso
de 3% nas exportações de carne suína e de
3,5%na quantidade de abatidos.
Até dezembro, no entanto, a expecta-
tiva é de recuperação na atividade suína.
Omesmo se desenha para as rações desti-
nadas aos bovinos de corte, que sofreram
recuo de 8% da primeira metade do ano.
“A reação durante o segundo semestre,
mesmo que não muito promissora, tem
recaído sobre alguns indícios de valoriza-
ção da arroba, muito embora a recupera-
ção dependerá bastante da retomada do
consumo doméstico e dos desdobramen-
tos do embargo americano, que podemo-
dular os interesses de outros importado-
res”, observa Zani.
n
gos de corte, retrocesso de 1,7%, em res-
posta ao alojamento de pintainhos, que
declinou na casa de 6%.
A produção de rações para poedeiras,
por sua vez, somou 2,9 milhões de tonela-
das, incremento de quase 10%. Para o diri-
gente, o crescimento é uma resposta ao ro-
busto alojamento de pintainhas de postura
e à produção dos ovos que, por ser conside-
rado alimento nutritivo e de custo acessível,
substituiu boa parte da proteína animal tra-
dicionalmente consumida pelas famílias. Já
Demandade rações industrializadas
chegoua 33,1milhões de toneladas
RAÇÕESPARAGADOLEITEIRO
Apesar dos efeitos favoráveis do clima e do alívio no custo dos grãos utilizados na
alimentação das vacas em lactação, a produção de leite caiu nas principais bacias
leiteiras no primeiro semestre de 2017 e determinou alguma concorrência entre os
laticínios na captação do leite cru para recomposição dos estoques no varejo. Ovice-
presidente executivo Sindirações, Ariovaldo Zani, esclarece que a concentração da
atividade emempreendimentos de grande porte temmelhorado substancialmente a
produtividade por causa da qualidade da nutrição empregada.
Emconsequência, a produção de ração para gado leiteiro retrocedeumais de 3%e
contabilizou 2,56milhões de toneladas. “O incremento nas importações de lácteos,
por sua vez, deve limitar os ganhos no preço do leite no segundo semestre e estimular
o consumo no final da cadeia, favorecendo assima retomada na produção das
rações”, prevê Zani. Na aquicultura, a produção de rações para peixes e camarões
somou poucomais de 547mil toneladas e caiu cerca de 5%, enquanto a demanda de
alimentos para cães e gatos demonstrou resiliência emanteve avanço na ordemde
0,5%, somando praticamente 1,3milhão de toneladas.
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