Indústriaprojetaprocessar41,5
milhõesdetoneladasdesojaem2017,
volume5%superioràs39,531milhões
detoneladasdoanoanterior
A
indústria prepara-se para pro-
cessar volumes cada vez maio-
res de soja, apesar de con-
tinuarem
prevalecendo
os
embarques do grão. A previ-
sãoé esmagar 41,5milhões de toneladas em
2017 e 43 milhões de toneladas em 2018. As
projeções positivas foram divulgadas pela
AssociaçãoBrasileira das Indústrias deÓleos
Vegetais (Abiove), em setembro de 2017. Os
aumentosseriamgarantidospelamaiorofer-
ta de soja em 2017 e pela expectativa de an-
tecipaçãodamisturade10%(B10)debiodie-
sel ao óleo diesel paramarço de 2018. Mas o
governofederalaindanãohaviaautorizadoa
elevaçãodamisturaatual debiodiesel de8%
(B8) para10%emmarçodopróximoano.
Se o processamento de soja totalizar as
41,5 milhões de toneladas estimadas para
2017, isso representará 5% a mais do que as
39,531 milhões de toneladas esmagadas no
anoanterior.Nosúltimosanos,omaioresma-
gamento foi de 40,556 milhões de toneladas
em2015. A Abiove ressalta que o setor indus-
trial vem sendo afetado pela recessão desde
o segundo trimestre de 2014. Alémde operar
commargensestreitas,aindústriadeóleosve-
getais sentiu os efeitos da queda da atividade
econômicaem2016.Oconsumointernodefa-
relo,porexemplo,diminuiu1,1%,emrazãoda
menorproduçãodecarnedefrango.Porém,o
volume de óleo destinado para alimentação
eparaaproduçãodebiodieselcresceu0,9%.
Apesar da expectativa positiva para os
próximos anos, de janeiro a julho de 2017 a
indústria havia processado 19,041 milhões
de toneladas de soja, com redução de 3,305
milhões de toneladas em relação ao mes-
mo período do ano anterior. Cada tonelada
de soja processada resulta em80%de farelo
e 20% de óleo bruto. Portanto, se o volume
esmagado cresce, também aumenta a pro-
dução destes dois sub-produtos. A entidade
previaqueaproduçãode farelopoderia che-
gar a 31,5milhões de toneladas e a de óleo a
8,2milhões de toneladas em2017, comaltas
de4,2%ede4%, respectivamente.
O Brasil, como maior exportador de soja
em grão do mundo, vai continuar direcio-
nando mais matéria-prima para o mercado
externo do que para a indústria processado-
ra. Oembarquede sojaemgrãodeve crescer
24,1%em2017, contraaltade5%novolume
processado. Com isso, apesar do ingresso de
receita proporcionado pelo envio do grão,
o País deixa de contabilizar o valor que a in-
dustrialização agregaria à economia brasilei-
ra como um todo. De acordo com a Abiove,
as exportações do complexo soja (grão, fare-
lo e óleo) poderão resultar emUS$ 29,823 bi-
lhões em2017. Nos anos anteriores, os valo-
resforamdeUS$25,422bilhõesem2016ede
US$ 27,959 bilhões em 2015. O faturamento
maior reflete o aumento em volume, pois os
preços continuaram em queda no mercado
internacional desde2015.
Segundo a Abiove, as empresas proces-
sadoras do complexo soja enfrentam falta
de rentabilidade e perda de competitivida-
de internacional, por causa do acúmulo de
créditos tributários, ainda sem perspectiva
de realização no curto prazo. Desde 2013,
a indústria de óleos vegetais não teve ven-
das tributadas de farelo e óleo de soja para
repassar seus créditos do Programa de In-
tegracão Social (PIS) e para a Contribuição
para Financiamento da Seguridade Social
(Cofins), comexceção do biodiesel. “A indús-
tria tem importância estratégica no Produto
InternoBruto (PIB), na balança comercial, na
geração de empregos e no desenvolvimento
regional”, destacaaassociação.
n
beneficiam
Todos se
Aumento naprodução e nademandade biodiesel aquece o esmagamento
Sílvio Ávila
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