Inor Ag. Assmann
A colheita de 705,93 mil toneladas de tabaco na safra 2016/17 gerou renda
bruta de R$ 6,09 bilhões na comercialização. A receita cresceu, mas a lei da oferta
e da demanda, que favoreceu ao agricultor no ciclo 2015/16 por causa da quebra
na produção, desta vez teve efeito contrário: commais tabaco à venda, os preços
caíram 13,3% na média dos três tipos cultivados no Sul.
Os valores médios ficaram em R$ 8,63 no final da safra, levando em conta R$
8,77 por quilo do Virgínia, R$ 7,85 por quilo de Burley e R$ 6,09 por quilo de Co-
mum. Os preços caíram R$ 1,33 por quilo, na média dos três tipos, comparados
aos R$ 9,96 obtidos no período anterior, quando o fenômeno climático
El Niño
fez a produção no Sul recuar para 525,2 mil toneladas.
O gerente técnico da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Paulo
Vicente Ogliari, destaca que o clima muito favorável elevou a produção regional.
“Foi uma ótima safra, que ganha maior proporção quando comparada ao perío-
do anterior, que registrou quebra”, aponta.
Na Região Sul, o Virgínia representou 85,4%da área plantada – 254,95mil hec-
tares – e 87,4% do volume colhido – 616,7 mil toneladas. O Burley ocupou 39,940
mil hectares, ou 13,4%da superfície cultivada, com colheita de 80,4 mil toneladas
(11,4%). Já o tabaco Comum, de menor valor comercial, usou apenas 3.640 hec-
ânimo
Supersafra 2016/17 proporcionou R$ 6,09 bilhões
em renda bruta, mas a grande oferta reduziu o valor
por quilo de tabaco recebido pelos produtores
Injeçãode
tares, equivalentes a 1,2%da área regional, para
colheita de 8.830 toneladas (1,25%).
O Rio Grande do Sul teve 145,4 mil hectares
de tabaco na temporada, com123,5mil destina-
dos ao Virgínia, 21,6mil ao Burley e 260 hectares
ao Comum, para colher 346.380 mil toneladas.
O Virgínia representou 87% da safra, o Burley,
12,7%, e o Comum, 0,3%. A lavoura gaúcha re-
presentou 49% da superfície e 49% do volume
colhido; Santa Catarina plantou 31% da lavoura
regional e colheu 29,3%, ou seja, 206.380 tone-
ladas. O Paraná fecha a lista com 20%das terras
cultivadas e 21,7%do tabaco colhido.
Na safra 2017/18, as proporções percentu-
ais em área (tanto por Estado quanto por tipos)
e produção devem se manter, com alterações
pontuais nas produtividades de algumas lavou-
ras gaúchas, por excesso de chuvas, e catarinen-
ses, por veranicos e estiagens. A safra do tabaco
envolveu 150.240 famíilias no Sul. O setor empre-
ga, direta e indiretamente, quase 2,14milhões de
pessoas. Em 2016, gerou, entre renda e tributos,
perto de R$ 30 bilhões na atividade.
Lei da oferta
e da demanda voltou
a vigorar na venda
da safra 2016/17
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