Joel planta tabaco.
Com o dinheiro, compra na agropecuária de Ales-
sandro, que abastece no posto de João, e assimpor diante. É nesse ritmo interiora-
no que o tabaco alimenta a economia da pequena Chuvisca, na Metade Sul do Rio
Grande do Sul.
A cidade, de 5,3 mil habitantes, possui 1.167 famílias envolvidas com a fumicul-
tura, que ocupa 2,63mil hectares. Para secar toda esta produção, 2.220 estufas são
necessárias emépoca da safra. O envolvimento da cidade é tão grande como culti-
vo que até o prefeito é produtor.
Joel Santos Subda, de 33 anos, é umentusiasta das lavouras de tabaco. Ele culti-
va cerca de 100mil pés empropriedade de 10,5 hectares, na localidade de Costa da
Pitanga,a10,5quilômetrosdocentro.“Senãofosseotabaco,possivelmenteChuvis-
ca não existiria. A renda derivada do produto é fundamental, tanto para o poder pú-
blico quanto para os empreendimentos privados”, ressalta.
Conforme ele, quando a safra não é muito boa, os cofres da Prefeitura sentem
diretamente o impacto. “Está tudo interligado”, frisa. As contas do prefeito são res-
paldadas pelos números da safra 2014/15 e do ciclo 2015/16. Na primeira, produto-
res de Chuvisca comercializaram6,3mil toneladas de tabaco. Na seguinte, o núme-
rocaiupara4,2mil toneladas. Emdecorrência, o retornoparaomunicípio recuouR$
540mil. Por isso, opoder públicomunicipal temincentivadoosprodutoresaagregar
outras atividades. “O tabaco sempre vai ser nossa vocação, nossomotor, mas preci-
é omotor
Na cidade de Chuvisca, no Rio Grande do Sul,
o tabaco responde por cerca de 95% do dinheiro
que circula na economia local, e tudo vem dele
Quando o tabaco
samos diversificar as propriedades para não ficar
tão dependentes dele”, frisa o prefeito. “O gado
leiteiro é uma boa opção, por exemplo”.
Na agropecuária de
Alessandro de Oliveira
,
de 44 anos, a cultura do tabaco também é quem
comanda o espetáculo. “Temos aqui mais de 150
itens ligados ao tabaco. É o que mais vende, tan-
to para gerarmais conforto a quemproduz quan-
toembuscadequalidadedoproduto final”, expli-
ca. Destaca ainda que o lado positivo do tabaco é
que o dinheiro acaba circulando na economia do
própriomunicípio.
A opinião de Alessandro é endossada por João
Venzke, proprietário do único posto de combustí-
veis localizadonaáreaurbanadeChuvisca. “Senão
fosse o tabaco, a gente nem precisaria ter o posto.
Nocasododiesel,porexemplo,agentesentedireto
o impactona época doplantio, quando usammais
ostratores,etambémnaépocadacolheita,quando
os caminhões transportamo tabacodasproprieda-
des.Omovimentosempreémaior”,confirma.
CHUVISCA
– A cidade de 5,3 mil habitantes
fica próximo de Camaquã, nas imediações da
LagoadosPatos.Chuviscaquerapostarnospró-
ximos anosno incrementodaproduçãode leite.
O resultado de
cada safra repercute
nas finanças públicas
e nas obras
Cássio Filter
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