Anuário Brasileiro do Tabaco 2017 - page 96

Nãoé fácil chegar
atéapropriedadeda famíliaPontarolo.Numadasdeze-
nas de estradas de chãoque desembocamna BR-373, ao longodomunicípiodeGua-
miranga, noParaná, entra-se e roda-sepor cercade 25quilômetros entre cerros, vales
e relevosdiversos.Masoesforçoé recompensadopelocenário impressionante.
Junto da casa onde vivemVislande, a esposa Roseni e a filha Sílvia, as 12 estufas
usadas para a secagemdo tabacodãouma ideiadadimensãodas lavouras que têm
a produção desembocada naquelas fornalhas. Emmédia, a cada safra, delas saem
cerca de 150 toneladas do produto que sustenta o clã, desde 1979, quando monta-
rama primeira estrutura de secagem.
Hoje, Vislande, de 52 anos, é quem coordena toda a produção. Herdou do pai o
gosto pelo cultivo dessas folhas. Como dinheiro do tabaco, foi comprando terras de
vizinhos ou em pontos que considerava com boa possibilidade de valorização. Foi
assim que chegou aos 75 hectares próprios, 42,5 dos quais ocupados com tabaco.
Dos 650mil pés plantados na safra 2017/18, 420mil administrará sozinho coma es-
posa. O restante é cultivado comparceiros.
Os números astronômicos queenvolvemumplantiodestadimensãoexigemtam-
bémumagestãocomeficiênciaacimadamédia.Ocontroledecustosprecisasertotal,
tendoemvistaqueao longode todaa safrachegamaestar envolvidas até25pessoas.
todo lado
EmGuamiranga (PR), obstinação por qualidade é
adubo para os 650 mil pés de tabaco de Pontarolo,
numa das maiores lavouras da cultura no País
Tabacopor
Sobre a possibilidade de migrar para outras
culturas ou aumentar a diversificação, conforme
oprodutor,achanceéquasenula,mesmohaven-
do uma área considerável de soja e de trigo nas
redondezas. “Com o tabaco sabemos quanto va-
mosganhar. A rendaémuitoboaedáparasepro-
gramar”, enfatiza. “Emalguns anos investimos no
feijão ou mesmo no milho. Acabamos, como se
diz, trocando figurinha: fiquei como dinheiro pa-
rado, esperando o preçomelhorar”.
A obstinação pela qualidade é uma das ca-
racterísticas principais da produção de Vislande.
“Como tempo, aprendi quepara ter uma rentabi-
lidademaior como tabaco temde focar na quali-
dade”, comenta. “Écomo tudonavida. Seagente
faz bem, vai receber melhor. Quando passei a fo-
car na qualidade, a coisa avançou bastante”.
GUAMIRANGA
Éumapequenacidadepara-
naensepróximodePrudentópolis ePontaGros-
sa, comcerca de 8,5mil habitantes. A economia
é predominantemente agrícola, com destaque
para o tabaco.
“Para ter renda
maior com o tabaco,
tem de focar na
qualidade”, frisa
Cássio Filter
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