Em1918, quandoaempresaBritishAmericanTobaco (BAT) iniciouuma relação iné-
dita de parceria com centenas de agricultores da Região Sul do Brasil, jamais poderia
imaginar que estaria dando início a umdosmais bem-sucedidosmodelos de comércio
doagronegóciomundial. A ideianão sóprosperoucomo foi adotadapor outras empre-
sas e cadeias produtivas, no Brasil e no exterior. De experiência privada, a iniciativa tor-
nou-sepolíticasetorial,consideradaaprincipalresponsávelportornarotabacobrasilei-
roomelhordomundoeconsolidaroPaíscomooprincipalexportadormundial.
Para Dimar Frozza, diretor de tabaco da Souza Cruz, braço da BAT no Brasil, foi
uma conjunção enorme de fatores que permitiu a prosperidade da ideia. “A agricul-
tura familiar empequenaspropriedades talvez tenha sidoaprincipal delas. Comple-
mentam-se ainda o clima e o solo ideais para o cultivo de tabaco e o conhecimento
que já existia por parte dos descendentes de europeus a respeito do cultivo”, frisa.
“Tendo isto como base, a relação de transparência entre a empresa e o homem do
campo foi fundamental. Hoje, é umsistema ganha-ganha”.
OSIPT só semantémcombase na confiança entre o produtor rural e a indústria.
de forças
Sistema Integrado de Produção de Tabaco (SIPT)
foi o ponto de partida para que o tabaco brasileiro
se consolidasse como o melhor do mundo
União
Na cadeia do tabaco, em termos práticos, funcio-
na assim: o produtor rural compromete-se a pro-
duzir determinado volume de tabaco para deter-
minada indústria, com garantia de compra. Com
base nesta premissa, a empresa contratante fi-
nancia os insumos e asmudas e oferece assistên-
cia técnica para o agricultor, que, no momento
da entrega da produção, temdescontados os va-
lores dos insumos. Assim, o produtor pode pro-
gramar-se com a renda que terá na propriedade,
a indústria consegue planejar seu volume de pro-
dução e os clientes finais têma garantia dematé-
ria-prima na qualidade requerida.
Ao ser adotada por mais empresas, a proposta
consolidou-se como um dos principais indutores à
sucessão rural nas propriedades agrícolas produ-
toras de tabaco. Comgarantiade renda, emmuitos
casos, o jovemoptapor permanecer no campo. Ou
seja, cada geraçãomantém a preocupação de ofe-
recerumaterramelhorparaageraçãoseguinte.
A definição do preço do tabaco sempre é o
ponto mais nevrálgico da relação. A cada ano, as
negociações envolvem várias entidades ligadas
tanto aos produtores quanto às indústrias. Opre-
sidente da Associação dos Fumicultores do Brasil
(Afubra), Benício Werner, acredita que, apesar de
diferenças pontuais, “não há lei de mercado me-
lhor do que a da oferta e demanda”. Com a auto-
Divulgação
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