Anuário Brasileiro da Uva 2016 - page 21

Parreirais
pelo mundo
UVAS INTERNACIONAIS
Umdos mais recentes balanços divulgados pela OrganizaçãoMundial da Vinha e do Vinho (OIV) aponta que a produçãomundial de uvas
em 2014 atingiu 73,7 milhões de quilos, colhidos em 7,573 milhões de hectares. Os dados foram compilados pelo pesquisador José Fernan-
do da Silva Protas, da Embrapa Uva e Vinho. Naquele ano, a área total de cultivo teve ligeiro aumento, de 10 mil hectares, na comparação
com 2013. A China apresentou a segunda maior área em 2014, com cerca de 880 mil hectares, superada apenas pela Espanha, com 1,038 mi-
lhão de hectares. O país asiático obteve a primeira colocação no
ranking
produtivo, com 11,1 milhões de quilos (15% da produção de uva),
seguido de Estados Unidos (7,7 milhões de quilos), França (6,94 milhões de quilos) e Itália (6,89 milhões de quilos).
A Organização Internacional da Vinha e
do Vinho (OIV) estimava, em 2014, que o
Brasil era o 15º maior produtor de vinhos
no mundo. Em extensão produtiva, o balan-
ço da entidade apontava naquele ano 89 mil
hectares de área cultivada com videiras. Em
países vizinhos da América do Sul, mais tra-
dicionais no consumo da bebida, o cultivo
da fruta também era bem mais expressivo: a
Argentina possuía produção de 228 mil hec-
tares há dois anos, enquanto o Chile detinha
211 mil hectares de parreirais.
Embora a produtividade tenha aumenta-
do em 2015, a área de vinhedos diminuiu
1,83% em relação à safra anterior. Dados
da Embrapa Uva Vinho apontam que essa é
uma tendência iniciada já em 2013. A maior
redução aconteceu no Paraná, com cerca de
13,98%. Ainda na região Sul, Rio Grande do
Sul e Santa Catarina apresentaram retração
de 0,51% e 0,98%, pela ordem. Diante do ce-
nário, a representatividade nacional na vitivi-
nicultura internacional também decresceu.
Em 2015, na comparação com os de-
mais países produtores, o Brasil ocupou o
19º lugar em área cultivada com videiras
(79.483 hectares) e o 13º em produção de
uvas (1.439.535 toneladas). “Em algumas re-
giões brasileiras, a especulação imobiliária
está contribuindo para a redução da área vi-
tícola. Em outras, os problemas climáticos,
associados à falta de mão de obra, têm de-
sestimulado o crescimento da vitivinicultu-
ra”, analisa a pesquisadora Loiva Maria Ribei-
ro de Mello, da Embrapa Uva e Vinho.
Se por um lado as áreas produtivas dimi-
nuem, por outro a cadeia produtiva come-
mora a retomada das exportações de uva de
mesa, que vinham diminuindo desde 2009.
“Na pauta das exportações do setor, somen-
te a uva apresentou incremento em 2015.
Foram exportadas 34,38 mil toneladas, com
aumento de 21,3% em relação ao ano ante-
rior, sinalizando para a possibilidade de re-
cuperação desse mercado”, frisa. Em 2008,
na maior quantidade registrada, foram ex-
portadas 82,24 mil toneladas.
A tendência em 2016 é de que, dian-
te de uma das safras mais complicadas dos
últimos anos, a produção de uvas brasilei-
ra perca força nos mercados interno e ex-
terno. O chefe-geral da Embrapa Uva e Vi-
nho, Mauro Celso Zanus, estima que as
perdas devem ficar entre 25% e 30%, moti-
vadas por interferências climáticas, que le-
varam também a baixo teor de açúcar nas
uvas. “É preciso ampliar o debate na bus-
ca da modernização tecnológica do setor,
capaz de atenuar as consequências de um
clima cada vez mais instável”, defende.
MIL toneladas
34,38
Cadeia de uva de mesa
exportou EM 2015
19
1...,11,12,13,14,15,16,17,18,19,20 22,23,24,25,26,27,28,29,30,31,...68
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