13
Produção de milho no Brasil – Primeira safra
OFERTA MENOR
In short supply
Fonte:
Conab, junho de 2016.
Área (Mil ha)
Produtividade (Kg/ha)
Produção (Mil T)
Região
2014/15 2015/16
% 2014/15 2015/16
% 2014/15 2015/16
%
Norte
393,8
368,6 -6,4
3.239 3.140 -3,0
1.275,5 1.157,6 - 9,2
Nordeste
2.056,5 1.906,9 -7,3
2.165 1.581 -27,0
4.452,9 3.015,6 -32,3
Centro-Oeste
361,6
337,0 -6,8
6.930 7.502 8,2
2.506,0 2.528,0 0,9
Sudeste
1.435,4 1.237,4 -13,8
5.436 6.070 -11,7
7.802,1 7.511,0 -3,7
Sul
1.895,0 1.617,4 -14,6
7.412 7.429 0,2
14.045,5 12.015,1 -14,5
Brasil
6.142,3 5.467,3 -11,0
4.898 4.797 -2,0
30.082,0 26.227,3 -12,8
A importância do milho para o agronegócio brasileiro
é cada vez mais evidente. O País já é o terceiro maior pro-
dutor mundial e o segundo maior exportador, aumentan-
do divisas e fazendo parte da balança comercial. Sem falar
que o grão é fundamental como principal insumo da ração
para as cadeias produtivas de aves e suínos nacionais. Hoje,
o consumo total de milho, somando demanda interna e
exportação, gira em cerca de 90 milhões de toneladas. Na
etapa 2015/16, a estimativa é de que a produção total atin-
ja 76,223 milhões de toneladas, somando safra e safrinha.
A projeção é menor do que as expectativas iniciais
apontadas pela Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab), motivada em especial por condições climáticas,
como estiagens e altas temperaturas. Segundo o técnico
de planejamento Eledon Pereira de Oliveira, da gerência
de levantamento e avaliação de safra da Conab, a retra-
ção é de 10% em relação ao ano anterior, quando foram
colhidas 84,672 milhões de toneladas. Em 2016, a área
total deve ficar em 15,746 milhões de hectares, com pro-
dutividade de 4.841 quilos por hectare.
As estimativas para o milho na primeira safra são de
5,467 milhões de hectares, com produção de 26,227 mi-
lhões de toneladas e rentabilidade de 4.797 quilos por
hectare. Na tendência de ascensão, o milho safrinha
deve ocupar em torno de 10,2 milhões de hectares, cer-
ca de 7,6% a mais do que no ano anterior. No entanto,
o desempenho da lavoura em todo o território nacional
deve ser influenciado pelo clima, gerando forte impac-
to na produção total do período. A tendência de menor
produtividade da segunda safra foi atestada pela Conab
no levantamento de junho.
Diante da quebra da safrinha e do ritmo forte de ex-
portação, e dado o alto volume de negociações antecipa-
das, a expectativa é de que o Brasil entre em 2017 com es-
toque de milho bem apertado e com preços altos. “Com o
andamento da colheita da segunda safra atual, existe ten-
dência natural de queda de preços, tendo como limite mí-
nimo a paridade de exportação", explica o analista Thomé
Luiz Freire Guth. "Porém, à medida em que o volume de
embarques do grão nos portos aumente, haverá diminui-
ção da oferta do milho, elevando novamente as cotações
do cereal, o que poderia até ser compensado com um pos-
sível aumento da produção do milho primeira safra no ci-
clo 2016/17, que, no caso, deverá ter seu crescimento limi-
tado pela competição em área com a soja."
Conforme o gerente de oleaginosas e produtos pecuá-
rios da Conab, diante desse cenário, a recomendação é de
que o setor de produção animal fique atento ao momento
de adquirir o produto, para não correr o mesmo risco de
2016. No outro lado da cadeia produtiva, o grão deve con-
tinuar garantindo boa rentabilidade ao produtor no pró-
ximo ano, principalmente para quem plantar o milho pri-
meira safra. Em junho de 2016, levando em consideração
parâmetros do custo de produção da Conab, uma saca ven-
dida a R$ 35,00 pagava não somente o custeio, mas tam-
bém os custos variável e operacional.
Com importância cada vez mais reconhecida nas lavouras nacionais,
cereal deve ter 15,746milhões de hectares nas duas safras do ciclo 2015/16
Produtividade deve ter decréscimo
por conta de interferências climáticas