Anuário Brasileiro do Milho 2016 - page 19

No Sudeste (25% da produção) e no
Centro-Oeste (10% da produção), as estia-
gens ocorridas durante os ciclos da cultu-
ra ocasionaram perdas, de 14,4% e de 1,8%,
respectivamente. Além da redução na pro-
dutividade, houve retração de 11,7% na
área cultivada – lavouras que foram ocupa-
das pela soja. Conforme Oliveira, como o
período das chuvas na região Centro-Sul é
bastante elástico, seguindo de setembro a
abril ou maio do ano seguinte, é possível
plantar duas culturas na mesma área, uma
em continuação à outra, como milho e soja.
“No primeiro momento, entre setem-
bro e dezembro, o produtor está optando
em plantar soja, e em sucessão, entre ja-
neiro e março, o milho", esclarece. "Por-
tanto, o produtor que plantava essas duas
culturas entre setembro e dezembro, está
reduzindo o milho primeira safra em de-
trimento à soja e, após a colheita desta,
a partir de janeiro, entra com o plantio
de milho." Na safra 2014/15, a participa-
ção do milho primeira safra foi de 36%
da oferta total, implicando em quadro de
forte inversão quando comparado a um
passado recente.
O analista Thomé Luiz Freire Guth, da
Gerência de Oleaginosas e Produtos Pecu-
ários da Conab, explica que isso aconte-
ce porque os agricultores preferem inves-
tir na soja na primeira safra, que apresenta
valores bastante elevados. “A liquidez da
oleaginosa tem atraído mais o produtor
como opção econômica de plantio”, expli-
ca. Nada que tire a força e a representa-
tividade do milho nacional, que se torna
mais competitivo em 2016 dado os altos
preços de mercado – influenciado pela pa-
ridade de exportação mais alta (sobretudo
em função do dólar), bem como um des-
balanço entre oferta e demanda.
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Tomando a frente
Na comparação com outras ativida-
des agropecuárias do Brasil, com exceção
da soja, cujo mercado ainda é mais atrati-
vo, o milho se apresenta como boa alter-
nativa. Na relação com o algodão, o grão
é mais vantajoso, visto que o algodoeiro
possui alto custo de produção e depende
de tecnologia de plantio diferente, com
maquinário adaptado e que restringe o
cultivo a número menor de produtores.
Na comparação com a cana-de-açúcar,
apesar da crise do setor sucroalcooleiro, o
milho não compete por área. Atualmen-
te o cereal é mais rentável. Sobre a pecuá-
ria, este setor depende bastante do milho
como fonte de alimento. “Com aumento
significativo dos preços de milho e farelo
de soja, os custos de produção de aves,
suínos, leite e também bovinos em confi-
namento têm se elevado muito em 2016,
gerando dificuldades para alguns produ-
tores”, atesta Thomé Luiz Freire Guth .
On the frontline
In comparison with other agricultur-
al activities, with the exception of soybean,
whose market is still more attractive, corn
comes as a good alternative. Compared to
cotton, the kernel has its advantages, seeing
that cotton farming requires high produc-
tion costs and depends on planting technol-
ogy that differs fromcorn and soybean, with
adapted machinery, a fact that restricts its
cultivation to a smaller group of producers.
In comparison with sugarcane, despite
the crisis the sector is going through, corn
does not compete for area. Nonetheless,
currently the cereal is more profitable than
biofuel. With regard to livestock operations,
the segment depends greatly on corn as
a source of feed. “With corn and soybean
meal prices soaring significantly, the pro-
duction costs endured by poultry, hog,
milk, confined beef cattle producers have
risen considerably in 2016, generating dif-
ficulties for some producers”, comments
Thomé Luiz Freire Guth.
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