Jornal da Emater - page 22

Heróis da
resistência
Em meio à
urbanização,
a olericultura
surge como
alternativa de
alimentação
de qualidade e
conquista cada vez
mais adeptos
A
vizinhança da família Strack em
Campo Bom se resumia a árvores
e pastagens na década de 1970.
Foi quando eles começaram a se
dedicar ao cultivo de hortaliças e de frutas na
cidade do Vale do Sinos. Porém, a densa me-
tamorfose demográfica nas duas décadas se-
guintes fez com que a propriedade de 14 hec-
tares ficasse integrada à área urbana do Bairro
Quatro Colônias pouco antes do ano 2000.
De um grupo de nove irmãos que herda-
ram o minifúndio, seis decidiram continuar
as atividades agrícolas. A área inicial foi des-
membrada e, nas décadas seguintes, o sexteto
buscou orientação para qualificar a produção
de alimentos. Foi aí que a Emater/RS-Ascar
tornou-se parceira dos Strack. “Eles não que-
riam só plantar para a subsistência. Deseja-
vam lucro, para garantir o sustento familiar
e dar condições para que os filhos, na época
crianças e adolescentes, permanecessem na
propriedade”, explica o extensionista da Ins-
tituição Claudinei Moisés Baldissera, que os
acompanha há mais de 20 anos. O objetivo
foi cumprido e as metas foram ampliadas,
tanto que os seis irmãos continuam na ativi-
dade agrícola até hoje.
O que aconteceu em Campo Bom se re-
pete em milhares de municípios brasileiros.
Com o mercado imobiliário aquecido nas
últimas décadas, os planos diretores vão co-
optando áreas rurais e transformando-as em
urbanas. Quando isto acontece, a permanên-
cia das atividades agrícolas torna-se exceção,
uma vez que os imóveis ganham valorização
comercial. Em alguns casos, porém, com um
trabalho eficiente de gestão, o cultivo agrícola
em meio a casas, prédios e áreas comerciais
mostra-se viável, como no caso dos irmãos
Strack, que já estão fazendo a transição para
a terceira geração da família.
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