Jornal da Emater - page 12

Da extensão rural
à inclusão social
Em Viamão,
na Região
Metropolinana,
uma horta
alimenta o corpo
e a autoestima de
dezenas de jovens
potadores de
deficiência
E
les são adultos. Mas com coração
de criança. O mais jovem tem 18
anos. Omais velho, 49. Juntos, estes
40 alunos especiais se revezam nos
cuidados com a horta suspensa criada e cul-
tivada por eles. Com tanto amor e afeto en-
volvidos, as hortaliças também se tornaram
especiais, nutrindo o coração de quem se en-
volve com o projeto.
O extensionista Alexandre Ferreira Sch-
midt não esconde o entusiasmo ao falar
do projeto desenvolvido pela Emater/RS-
-Ascar e pela Associação dos Pais e Amigos
dos Excepcionais (Apae). “O aprendizado
da extensão rural com essas atividades é
gratificante. Eles (
os alunos
) têm muito a
ensinar. Eu saio um ser humano melhor
depois que termino uma atividade aqui”.
Ahorta é só umdos resultados do “Projeto
Cidadania e Inclusão Social – parceria Apae e
Emater/RS-Ascar”, desenvolvido desde 2015.
A ideia, desde o início, era fomentar a inte-
gração entre pessoas com deficiência, pro-
fissionais, família e comunidade, com ações
de educação, promoção da saúde e estímulo
à autonomia. São promovidas atividades de
segurança e soberania alimentar sustentável
por meio de oficinas e do incentivo ao acesso
à escola dos portadores de deficiência resi-
dentes no meio rural do município.
E a qualidade de vida foi a principal co-
lheita dos alunos da Turma de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos, sob a orientação
e o apoio da professora Cheila Mara Gomes
Rodrigues e da diretora Carla Irigaray Costa.
“Essa turma possui alunos maiores, sendo a
maioria com deficiências cognitivas, que vêm
para fazer atividades extras, desenvolvendo
habilidades e estimulando a autonomia e a in-
dependência dos alunos”, explica Cheila.
A iniciativa partiu da Emater/RS-Ascar,
que procurou a Apae de Viamão para desen-
volver a iniciativa. A horta suspensa foi a me-
lhor opção, pela falta de espaço com terra para
o plantio. Entre os benefícios do projeto estão
a coordenação motora e o espírito de equipe,
além do plantio, do reconhecimento e do cui-
dado com as plantas. A extensionista Maris-
tela Rempel Ebert faz questão de ressaltar o
resultado do programa para o próprio corpo
técnico, que se vale de vários instrumentos de
ensino. “Atividades como reaproveitamentode
material reciclado, sensibilização para alimen-
tação saudável, boas práticas de manipulação
e aproveitamento diferenciado de alimentos,
bem como atividades culturais, são algumas
ferramentas que utilizamos”, enfatiza.
Indígenas e
quilombolas
A Emater/RS-Ascar igualmente estimula
a integração dos alunos com a comunidade.
Uma das ações nesse sentido foi a participa-
ção de comunidades quilombola e indígena,
público assistido pela Instituição, em algu-
mas atividades na Apae. “Trazer quilombolas
e indígenas é uma forma de aproximar a co-
munidade. Nos surpreendemos no processo
de articular o trabalho da Emater com as ne-
cessidades da Apae, pois a ideia é estender
essas ações para que elas cheguem também
às famílias”, explica Maristela Rempel Ebert.
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