Revista AgroBrasil - 2016/2017 - page 17

ESTÍMULOIMPORTANTE
Para promover o aumento da produção brasileira de etanol e biodiesel, oMinistério deMinas e Energia e a iniciativa privada elaboraram
o programa RenovaBio – Biocombustíveis 2030. Emsintonia comos compromissos assumidos na COP21 para reduzir as emissões de gases
de efeito estufa, o programa foi discutido pelos representantes do setor de biocombustíveis e pelo presidente da República, Michel Temer,
emdezembrode 2016. Aexpectativaédequeo setor privado invistaUS$ 40bilhões noRenovaBio. Alémdisso, oprogramadeveráestar pre-
sente em1,6mil municípios e gerar cerca de 750mil empregos.
No debate, oministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, garantiu que o governo irá incentivar e atuar para que as medidas do
programasejamcolocadas emprática. Paraos empresáriosdosetor, ocenáriodaeconomianacional é favorável paraaexecuçãodoprogra-
maea retomadadodiálogo comogovernodeve contribuir paraaexpansãodobiodiesel. "Ter aatençãodogovernoémuitopositivoparao
setor. Ogoverno tambémestámostrandoumanova visãoparaos biocombustíveis demaneira geral. Nãoé sóo setor de etanol. Éo setor do
biodiesel, da bioquerosene e tambémdo biogás", avaliou André Rocha, presidente do FórumNacional Sucroenergético.
A diretora da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Elizabeth Farina, além de elogiar a iniciativa do ministério, apontou a necessida-
de de aumentar a participação dos biocombustíveis na matriz energética do País devido à demanda do setor de transportes. "Precisamos
aumentar a oferta de etanol de 28 bilhões de litros para 50 bilhões de litros. Estamos falando, portanto, de um aumento de quase 90% de
crescimento dessa oferta. Com os ganhos de produtividade, isso vai exigir ampliação de uso da terra de só 20%". A busca pela maior ofer-
ta de biocombustíveis conta com o envolvimento da pesquisa. A Embrapa, por exemplo, trabalha para aumentar a produtividade das cul-
turas usadas na produção de biocombustíveis e para ampliar, desenvolver e otimizar os processos de conversão da biomassa emenergia.
Ânimo
renovado
Brasilnãoatingiuem2016osvolumesrecordesnaproduçãodeetanol
ebiodieseldoanoanterior,masaagroenergiaseguemuitopromissora
O
aumento da participação de
energias renováveis na ma-
triz energética é uma dasme-
tas que o Brasil assumiu na
21ª Conferência das Partes
da Convenção-Quadro das Nações Unidas
sobre Mudanças Climáticas (COP21), reali-
zada em2015, emParis. A intenção é contri-
buir para diminuir as emissões de gases de
efeito estufa em37%até 2025 e em43%até
2030, tendo 2005 como ano-base. A energia
renovável englobamodalidades comogera-
ção por biomassa, hidráulica, lenha, carvão
mineral, eólica e solar, e se caracteriza pelo
baixo custo de implantação.
O etanol de cana-de-açúcar e o biodie-
sel estão incluídos na categoria de energias
renováveis. A produção de etanol e de bio-
diesel totalizou27,8bilhõesde litros e3,5bi-
lhões de litros, respectivamente, de janeiro
a novembro de 2016, de acordo com dados
da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natu-
ral eBiocombustíveis (ANP). “Aprodução to-
tal de biodiesel deve alcançar os 3,8 bilhões
de litros. A redução fica na ordemde 4%em
relação ao volume de 2015, resultado da re-
tração no consumo de óleo diesel pelomer-
cado nacional”, explica Julio Cesar Minelli,
diretor superintendente da Associação dos
Produtores de Biodiesel doBrasil (Aprobio).
Para 2017, a entidade espera que a
economia brasileira mostre sinais de re-
cuperação e que também o mercado in-
ternacional mantenha trajetória positiva,
ou no mínimo estável. “Afinal, a recupe-
ração interna e do mercado externo, que
demande nossos produtos agroindus-
triais de maior valor agregado, como fa-
relo e carnes, pode influenciar de manei-
ra positiva o mercado de biodiesel”, relata
Minelli. Conforme ele, com aumento de
mistura programado para março, o setor
espera ultrapassar a marca dos 4 bilhões
de litros de biodiesel em 2017.
Em 2015, a produção brasileira atingiu
os recordes de 30 bilhões de litros de eta-
nol e de 3,9 bilhões de litros de biodiesel,
com os respectivos acréscimos de 6% e de
15% em relação ao ano anterior. De acor-
do com a Analise de Conjuntura dos Bio-
combustíveis no Brasil 2015, o resultado
do etanol foi favorecido pela boa safra de
cana-de-açúcar e pelas medidas governa-
mentais que aumentaram a atratividade
do produto, como a elevação do percen-
tual de anidro na gasolina C; o retorno da
Contribuição de Intervenção de Domínio
Econômico (Cide) e a elevação do Progra-
ma de Integração Social e da Contribuição
para Financiamento da Seguridade Social
(PIS/Cofins) para a gasolina A. O estudo foi
realizadoedivulgadopelaEmpresadePes-
quisa Energética (EPE), emmaio de 2016.
Em especial, a EPE destaca a elevação
do percentual de anidro na gasolina C, que
passou de 25% para 27%; e o aumento do
preço de realização da gasolina A, o retorno
daCideeaelevaçãodoPIS/Cofinsparaaga-
solina que, juntos, contribuíram para o au-
mento do preço da gasolina C ao consumi-
dor final. Também considerou importante
parao setor a relevante contribuiçãodabio-
eletricidadeprovenientedas usinas, que su-
perou em 18,5% a quantidade injetada no
Sistema InterligadoNacional em2014.
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