Revista AgroBrasil - 2016/2017 - page 49

A
profissionalização e o dina-
mismo comercial da floricul-
tura brasileira são fenômenos
relativamente recentes. A ati-
vidade, no entanto, já conta-
biliza números significativos. Nos últimos
cinco anos, o segmento ornamental tem
obtido importante incremento, apesar da
baixa verba de marketing para impulsio-
nar as atividades. Segundo dados do Ins-
tituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor),
desde 2006 são observadas altas de 5% a
8% em volume e de 4% a 7% em valor, ín-
dices muito acima do crescimento do Pro-
duto Interno Bruto (PIB).
“Evidentemente, a crise nos afetou,
mas nada além do que foi previsto há um
ano, quando estimávamos crescimento
de 8%. Esse é o índice que está sendo al-
cançado, na média”, destaca o presiden-
te da Ibraflor, Kees Schoenmaker. O diri-
gente ressalta que em algumas regiões
do País o percentual é inferior, devido a
problemas climáticos, como o excesso
de chuva no Sul. “Nosso setor é vibrante
e olha para o futuro com confiança. Sabe-
mos que nos próximos dois anos a econo-
mia ainda vai estar abaixo do necessário.
Por isso, a palavra de ordem no momento
é inovação”, frisa.
Atualmente, o Brasil conta com cerca
de 8 mil produtores de flores e plantas or-
namentais, que trabalham para expandir a
produção e reduzir custos. Os floristas cul-
tivammais de 350 espécies, comcerca de 3
mil variedades. “Omercado de flores é im-
portante engrenagem na economia brasi-
leira, responsável por 215.818 empregos
diretos, sendo 78.485 (36,37%) relativos
à produção, 8.410 (3,9%) relacionados à
distribuição, 120.574 (55,87%) no varejo e
8.349 (3,8%) em outras funções, em maior
parte como apoio”, aponta Schoenmaker.
Para o presidente do Ibraflor, 2017
ainda vai ser ano de muita prudência, de-
vido à situação econômica e política na-
cional. Como o mercado ainda vai estar
muito sensível, o receio é que qualquer
aumento significativo na produção se re-
flita em consequências indesejáveis na
formação de preço. “Como instituto, te-
mos insistido muito em cautela, em espe-
cial porque percebemos que o compor-
tamento do consumidor mudou”, refere.
Com exceção da classe A, as demais redu-
ziram as compras de flores ou têm investi-
do em vasos menores.
Bom
dever
Nemmesmoacriseeconômicaimpediuocrescimentodosetorflorista
brasileiro,queestimaincrementode8%novolumeproduzidoem2016
EXPORTAÇÕESTÍMIDAS
A produção brasileira de flores é 96% destinada para o consumo interno. Hoje, o País exporta apenas mudas e bulbos, já que o
envio de flores cortadas para o exterior teve grande queda, devido aos altos custos, ao câmbio desfavorável e ao aquecimento do
mercado nacional. “Com a crise mundial de 2008, houve forte diminuição da exportação mundial de plantas e flores. No entanto,
nos últimos dois anos vimos um mercado mais aquecido e retomando sua força natural”, destaca o presidente do Ibraflor, Kees
Schoenmaker. Ele acredita que o Brasil tem grande potencial de exportação a ser explorado.
Os maiores mercados compradores, em valor e volume, são Holanda, Colômbia, Equador, Kênia e Etiópia, que produzem 85%
das flores exportadas no mundo. Reino Unido, Alemanha, Estados Unidos, Holanda e França importam 85% das flores comercia-
lizadas. Na América do Sul, o maior exportador é a Colômbia, seguido de perto pelo Equador. O Brasil é o maior mercado, embo-
ra importe muito pouco, menos de 2% de seu consumo. “As flores importadas são um complemento para o produto nacional, mas
são mais caras e não tão frescas quanto as nossas”, argumenta Schoenmaker.
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