Revista AgroBrasil - 2016/2017 - page 44

PontodeVista
LUÍSHENRIQUEBARBOSADASILVA
Adido agrícola doBrasil junto àOrganizaçãoMundial do Comércio (OMC), emGenebra, na Suíça
Emdefesa
doqueécerto
Estratégicoparaagarantiadasegurançaalimentar,oPaísconquista
respeitoglobalpelaposturaéticajuntoàsquestõesagrícolasnaOMC
S
e problemas como corrupção e
violência mancham a imagem
do Brasil perante o planeta, no
agronegócio a situação é bem
diferente. Com uma eficiência
produtiva reconhecida no mercado global
e comatitudes transparentes perante a Or-
ganização Mundial do Comércio (OMC), o
País conquistou a admiração dos grandes
players
do planeta, com posicionamentos
respeitados em todas as questões que en-
volvem a negociação internacional de pro-
dutos agrícolas. Esta é a opinião manifes-
tada pelo adido agrícola do Brasil junto à
OMC, Luís Henrique Barbosa.
ResidindoemGenebradesde 2015, Bar-
bosa é responsável por municiar a missão
brasileira junto à OMC com dados, estatísti-
cas e relatórios que defendamos interesses
brasileiros diante de posturas inadequadas
deoutrospaíses envolvendooagronegócio.
“Hoje, os principais problemas estão rela-
cionados aos subsídios exagerados ofe-
recidos por alguns países desenvolvidos,
o que torna a competição desleal”, refere.
“Países em desenvolvimento não conse-
guemacompanhar estes benefícios. Assim,
um produtor de soja do interior de Mato
Grosso não vai competir com outro produ-
tor de soja norte-americano, mas sim com
o Tesouro norte-americano. E daí o emba-
te fica desigual”.
Conforme o adido, todos os principais
produtos agrícolas brasileiros enfrentam
problemas nomercado internacional. “Car-
ne, açúcar, soja e milho são alguns exem-
plos. No caso do açúcar, em 2016 a China
abriu um processo de salvaguardas à im-
portação de açúcar, num mercado de cer-
ca de US$ 700 milhões”, frisa. “Isto dese-
quilibra a oferta e a demanda global. Esta
medida pode ser tomada toda vez que um
país tem algum problema forte no merca-
do interno.” Lembra que esse é o valor das
exportações brasileiras para a China em
2016. E que a importação total da China foi
de aproximadamente US$ 1,5 bilhão em
2015, ano no qual a exportação brasileira
foi de US$ 937milhões.
Mas outras medidas também são bons
exemplos. Há elevadas tarifas para o café
solúvel brasileiro em alguns mercados, en-
quanto o café
in natura
tem a entrada fa-
cilitada. São questões extremamente com-
plexas”, argumenta. Em 2017, os trabalhos
voltam-se para a próxima reunião ministe-
rial da OMC, que acontece em Buenos Ai-
res, na Argentina. O Brasil trabalha em
questões como limite global para apoio in-
terno por parte dos países, limitação dos
subsídios concedidos por produtos especí-
ficos e limitação do uso de recursos finan-
ceiros para apoio interno em relação ao
volume da exportação dos produtos bene-
ficiados ou à participação desses produtos
subsidiados nas exportações mundiais.
“Na condição de maior país exportador
de produtos agrícolas com as notificações
em dia junto à OMC, os pareceres e as opi-
niões do Brasil são sempre respeitados e
considerados relevantes”, enfatiza. “Vamos
trabalhar muito para defender os interes-
ses do País e ampliar as possibilidades dos
nossos produtos agrícolas nomercado glo-
bal a partir deste encontro”.
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