A
fruticulturabrasileira temman-
tido estáveis os volumes em
oferta nos últimos anos. A pro-
dução de frutas está estima-
da em 43,8 milhões de tone-
ladas para 2016, o que representa redução
de 1% em relação às 44,3 milhões de tone-
ladas obtidas no ano anterior. O resultado é
informado pela Confederação da Agricultu-
ra e Pecuária do Brasil (CNA), no balanço di-
vulgado no início de dezembro de 2016. A
entidade baseou-se nos números apurados
pelo InstitutoBrasileirodeGeografia e Esta-
tística (IBGE) e pelos exportadores de fru-
tas. O Brasil é o terceiro maior produtor de
frutas no
ranking
mundial, superado ape-
nas pela China e pela Índia.
A CNA considera que esse desempenho
previsto para 2016 é bom. Também expli-
ca que a redução do volume total é reflexo
das quedas provocadas por problemas cli-
máticos em diversas regiões produtoras de
frutas. Inclusive, com a volta das chuvas, a
maioria das frutíferas recuperariam parte
da produção perdida, no decorrer dos úl-
timos três meses de 2016. Cita, por exem-
plo, que a produçãodemaçã registrouque-
dade cercade 40%emSantaCatarina. Dois
invernos fracos, em 2015 e 2016, prejudica-
ram a dormência das macieiras. Além dis-
so, uma geada tardia queimou as flores das
árvores. No Espírito Santo, a seca provocou
perdas de até 70%na produçãodemamão,
informou a Associação Brasileira dos Pro-
dutores eExportadores dePapaya (Brapex).
Apesar do clima adverso que prejudi-
cou o desempenho de importantes polos
de produção em 2016, a CNA prevê que a
fruticultura vai continuar sendo um dos se-
tores de maior destaque do agronegócio
em 2017. Pelos cálculos da confederação,
a produção poderá chegar ao total de 44
milhões de toneladas. A oferta de banana
e de mamão deverá crescer 10% até 2025,
conforme dados doMinistério da Agricultu-
ra, Pecuária e Abastecimento (Mapa). E de
acordo com a CNA, a adoção de novas tec-
nologias de produção e pós-colheita deve
aumentar a eficiência dos sistemas produ-
tivos de frutas no País, contribuindo para a
redução dos custos de produção.
O consumo de frutas também deve se-
guir com tendência de alta em2017. Há for-
tes indicativos de que o consumidor bra-
sileiro interessa-se cada vez mais por uma
alimentação saudável. Alémdisso, estámais
consciente de que o consumo de frutas está
relacionado ao combate da obesidade. Se
a situação econômica do País e o poder de
compra do brasileiro vierem a melhorar em
2017, o consumo interno será aquecido no
decorrer do ano, avalia a entidade. Para a
CNA, o fruticultor brasileiro, para atender
a essa nova realidade de mercado, deverá
priorizar aqualidadedoproduto, buscando
investir em boas práticas agrícolas, na me-
lhoria de tratamentos pós-colheita, no ar-
mazenamento a frio e na modernização do
transporte e da logística.
Oquequiser,
tem
Produçãobrasileiradefrutasestáestimadaem43,8milhõesdetoneladas,
comlevequedade1%,muitoemdecorrênciadeproblemasclimáticos
PORÇÃOEXTERNA
A qualidade e a diversidade das frutas produzidas garantem ao Brasil enorme vantagem competitiva frente aos seus principais con-
correntes, destaca a CNA. Antes do final de 2016, até o mês de setembro, a previsão era de que as exportações poderiam somar 836 mil
toneladas de frutas no ano, o que significaria 3%amais do que o volume embarcado no ano anterior. O desempenho, incluindo nozes e
castanhas, totalizou 726,767 mil toneladas e US$ 770,973 milhões, de janeiro a novembro de 2016, de acordo como Agrostat/Mapa. Em
relação aomesmo período de 2015, o resultado teve redução de 74,847mil toneladas e de US$ 4,516milhões.
Mesmo assim, a perspectiva é de que o volume enviado em 2016 apresente ligeiro aumento, favorecido por novos clientes externos,
informa o
AnuárioHortifrutis Brasil – Retrospectiva 2016 &Pespectiva 2017
. A publicação é do Centro de Estudos Avançados emEconomia
Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP). Ainda esclarece que a elevação do dólar reduziu os preços e a receita emmoeda
norte-americana, mas elevou o valor e o montante recebido em reais. Em contrapartida, as importações de frutas tendem a recuar em
2016 e em2017, emconsequência da fraca demanda interna e do dólar valorizado.
ACNAprojetaquehaveráaumento significativonovolumeexportadoem2017. Isso serápermitidopela capacidadedoBrasil nas ven-
das externas de frutas frescas e processadas, somada às iniciativas do governo e do setor privado na divulgação da qualidade das frutas
nacionais e da ampliação demercados. Por exemplo, desde 2014, o projeto Frutas do Brasil presta apoio aos exportadores nacionais na
buscapor ampliaçãodos negócios, naaberturadenovosmercados, no reconhecimentoenadiferenciaçãodas frutas brasileiras, enoau-
mento do hábito de consumir frutas comqualidade superior. A Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados
(Abrafrutas) desenvolve o projeto, emparceria coma Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
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