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Sequeiro versus irrigado
O quadro divulgado emmarço de 2017 pela Conab indi-
ca que haverá retração de 5,6% na colheita de arroz de se-
queiro no Brasil, de 1,236 para 1,167 milhão de toneladas.
A superfície semeada caiu 10,8%: dos 608,7 mil hectares da
temporada 2015/16, restaram 543,1 mil hectares. São 65,6
mil hectares a menos. O crescimento de 117 quilos por hec-
tare, ou 5,8%, no rendimento do cultivo, para 2.147 quilos,
ameniza a retração da colheita em terras altas.
O Mato Grosso, com 473,6 mil toneladas a serem colhi-
das em 137 mil hectares, é o maior expoente do cultivo em
sequeiro, seguido por Maranhão (214,5 mil toneladas, em
160,7mil hectares) e Rondônia (121,8mil toneladas e 40mil
hectares). Amaior produtividade destemodelo agronômico
é alcançada emGoiás, commédia de 3,9 mil quilos por hec-
tare. A menor é a de Minas Gerais, cujas roças de subsistên-
cia não superam a 850 quilos.
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Disparidade
Há grande disparidade tecnológica entre o cultivo ir-
rigado brasileiro, que é referência nas Américas e alcan-
ça algumas das maiores produtividades do mundo, e os
sistemas de sequeiro. Estes ainda são muito arcaicos e de
subsistência. Já o modelo de terras altas, que agrega um
pouco mais de genética e de tecnologia de manejo, ain-
da fica aquém dos resultados de lavouras irrigadas, seja
por problemas na transferência das tecnologias (que exis-
tem), seja por aspectos culturais ou, mesmo, pelo objetivo
da orizicultura nestas regiões, geralmente direcionada à
abertura de área ou à recuperação de pastagens degrada-
das. “Se o objetivo não é produzir arroz, mas tirar o custo
da melhoria da terra para outros fins econômicos, o resul-
tado não é expressivo. Mas há arrozeiros profissionais nes-
tas regiões, organizando-se e lucrando com este cultivo”,
explica Carlos Magri Ferreira, da Embrapa Arroz e Feijão.
Região Sul predomina com mais de 80% da produção nacional de arroz
Sílvio Ávila
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