A
produção de arroz na safra
2016/17 em todos os estados
do Brasil deve envolver 1,942
milhão de hectares, apenas
3,3% a menos do que a área
do ciclo 2015/16. Mas a variação é positi-
va na comparação de produção e produti-
vidade. No acompanhamento da colheita
brasileira de grãos divulgado em feverei-
ro pela Companhia Nacional de Abasteci-
mento (Conab), a projeção era de 11,865
milhões de toneladas, 11,9% a mais do
que o verificado na colheita anterior. Em
produtividade, a diferença chega a 15,7%,
saltando de 5.280 quilos por hectare para
6.108 quilos por hectare.
Entre as regiões, o Sul continua lide-
rando com larga vantagem o
ranking
na-
cional, concentrando 81,6% da produção.
A projeção da Conab é de que atinja 1,273
milhão de hectares e produção de 9,684
milhões de toneladas, com rendimento
de 7.606 quilos por hectare. O incremento
de área nesses estados deve ser de 1,9%
na comparação com a etapa anterior. De-
pois do excesso de chuvas nas lavouras de
cultivo irrigado na safra anterior, que afe-
tou os resultados da colheita, a expecta-
tiva é de que o clima favorável contribua
com a atividade orizícola na região.
No Rio Grande do Sul, maior produtor
brasileiro absoluto, o incremento da área
não é tão expressivo. Deve variar 2,3% nas
últimas duas safras, mas as estimativas são
otimistas para produção e produtividade –
resultado da ocorrência de dias quentes e
deboa luminosidade. Depoisdasenchentes
enfrentadas por muitos arrozeiros em2016,
aproduçãodeveatingir8,475milhõesdeto-
neladas, cerca de 15,2% a mais do que em
2016. A produtividade deve saltar de 6.837
para 7.700 quilos por hectare (+12,6%).
“Na nova safra, com a estiagem que
ocorreu no inverno, os orizicultores con-
seguiram realizar o preparo antecipado de
suas áreas, proporcionandoplantiomais rá-
pido e emmaior percentual dentro do perí-
odo recomendado para semeadura, tendo
como resultadomaior produtividadedas la-
vouras”, explica o engenheiro agrônomo Ri-
cardo Tatsch. Ele ressalta que não é espe-
rada nenhuma supersafra, mas uma safra
n
n
n
Arrozais do Tocantins
Tocantins já é o terceiro entre os gran-
des produtores de arroz. Na safra 2016/17,
a produção deve ter crescimento de 19,5%,
chegando a 735,4 mil toneladas. E o Esta-
do tem chance para ir muito além. Confor-
me o engenheiro agrônomo Anderson de
Oliveira Pereira, da Secretaria do Desenvol-
vimento da Agricultura e Pecuária (Seagro-
-TO),aproduçãodearrozdoTocantinsé,em
suagrandeparte,irrigada.Asáreasdevárze-
astropicaiscorrespondemamaisde90%da
produção de arroz do Estado, e compoten-
cial de ampliação para mais de ummilhão
dehectares.“Alémdisso,asáreasdesequei-
ro tambémpodem ser ampliadas, conside-
rando-se que há alguns anos as áreas de ar-
roz de sequeiro ultrapassavam os 150 mil
hectares,deacordocomaConab”,destaca.
Apartirdosresultadosestimados
paraoSul,amaiorregiãoprodutora
nacional,oBrasildeveampliarem
11,9%aproduçãonasafra2016/17
Estadode
graça
No maior Estado produtor, projeções de colheita são otimistas em 2017
normal, devido ao elevado número de la-
vouras comproblemas de arroz vermelho e
outras plantas daninhas resistentes – decor-
rentes da dificuldade nos tratos culturais,
peloexcessodeprecipitaçãoemnovembro.
No segundo maior Estado arrozeiro, as
condições climáticas também estão sendo
favoráveis à cadeia produtiva. Além disso,
conforme acompanhamento técnico da Co-
nab, a brusone, principal doença da cultu-
ra, tem tido pouca expressividade ao longo
da safra em Santa Catarina. A combinação
de fatores positivos leva à manutenção dos
níveis de produtividade presumidos. A área
cultivada e a projeção de produção igual-
mente se mantêm estáveis. Apesar disso, a
expectativa é de um2017melhor para a ati-
vidade, emdiferentes aspectos.
O presidente da Cooperativa Agroin-
dustrial Cooperja, Vanir Zanatta, desta-
ca que a colheita ocorre com maestria por
parte dos profissionais do campo, enquan-
to se aguarda por novo ano de preços favo-
ráveis. O dirigente catarinense torce para
que se esclareçam questões que atrapa-
lhamaatividade, provandoqueoarroz éex-
celente alimento, produzido com sustenta-
bilidade. “Nos últimos anos, a pesquisa em
toda a cadeia produtiva tem colaborado
nessa sustentação. Tudo graças à organi-
zação do setor. Mais uma vez, está provado
que juntos somos mais fortes”, frisa.
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