Rio Grande do Sul
já representa quase
71% da orizicultura
brasileira
*Todososestadosbrasileiros,excetooDistritoFederal,produzemarrozempelomenosumdossistemas, irrigadooudesequeiro.—
Fonte:
Conab,marçode2017.
ARROZAIS
RICE FIELDS
Ranking
nacional de produção de arroz por Estado
Região
Área (mil ha)
Produtividade (kg/ha)
Produção ( mil t)
2015/16
2016/17
%
2015/16
2016/17
%
2015/16
2016/17
%
Rio Grande do Sul
1.076,0
1.100,7
2,3
6.837
7.700
12,6
7.356,6
8.475,4 15,2
Santa Catarina
147,4
147,4
—
7.139
7.379
3,4
1.052,3
1.087,7
3,4
Tocantins
132,8
131,4
-1,1
4.633
5.597
20,8
615,2
735,4 19,5
Mato Grosso
152,5
142,1
-6,8
2.876
3.221
12,0
438,6
457,8
4,4
Maranhão
181,5
162,7
-10,4
1.478
1.367
-7,5
268,3
222,4 -17,1
Pará
72,9
73,1
0,3
2.520
2.567
1,9
183,7
187,6
2,1
Paraná
26,2
25,1
-4,2
4.581
6.356
38,7
120,0
159,6 33,0
Rondônia
42,6
40,6
-4,7
3.423
3.000
-12,4
145,8
121,8 -16,5
Piauí
79,1
72,2
-8,7
755
1.649
118,5
59,7
119,0 99,3
Mato Grosso do Sul
14,0
15,5
10,7
4.860
6.150
26,5
68,0
95,3 40,1
tos, são responsáveis pela segurança ali-
mentar do País, produzindo mais de 80%
do consumo nacional do produto mais es-
sencial e mais barato da cesta básica”, resu-
me Henrique Osório Dornelles, presidente
da Federação das Associações de Arrozei-
ros do Rio Grande do Sul (Federarroz). Se-
gundo ele, omodelo de produção gaúcho é
seguido atualmente por todas as regiões ir-
rigadas do Brasil, da Argentina, do Paraguai
e do Uruguai. “Somos uma referência no
continente, graças aos 120 anos de lavou-
ra, à pesquisa forte, aos orizicultores com-
prometidos coma atividade, à produção de
alimentos e a uma indústria moderna”, diz.
Lembra que o Brasil é o maior produtor e o
maior consumidor de arroz no mundo fora
da Ásia.
OPORTUNIDADE
Na avaliação
de Carlos Magri Ferreira, socioeconomista
da Embrapa Arroz e Feijão, de Santo Antô-
niodeGoiás (GO), aevoluçãodoSul foi tam-
bém uma questão de oportunidade e dos
cenários criados a partir do advento do sis-
tema de cultivo nos cerrados, que integrou
soja e milho em sucessão. “Até meados da
década de 1970, o consumidor brasileiro
preferia o grão longo produzido em sequei-
ro. Apreferência pelo longo fino foi conquis-
tada com muita habilidade e perspicácia
dos orizicultores das regiões produtoras de
longo fino, o tipo agulhinha”, frisa.
Conforme ele, foi um longo caminho. E
destaca a constante busca de inovações,
dentro e fora do País, priorizando o uso de
novas cultivares para substituírem as anti-
gas (que eram produtivas, mas não tinham
qualidade de grãos), melhorias nas práticas
agrícolas e processos eficientes de transfe-
rência de tecnologia, a exemplo do Proje-
to 10, do Instituto Rio Grandense do Arroz
(Irga).
Outra consequência dessa estratégia foi
o aumento da produtividade do arroz irri-
gado, componente importante na obtenção
do sucesso conquistado em termos de pro-
dução. “Mas não foi o principal elemento,
pois nomesmo período a produtividade do
arroz de terras altas cresceuemtermos rela-
tivos, mais do que a do arroz irrigado”, des-
taca Ferreira.
O pesquisador entende que a conquista
do domínio do mercado pelo arroz irrigado
possui outros fatores, como: mudança da
legislação da qualidade de grãos, incentivo
governamental com financiamento e aqui-
sição do produto e engajamento sincroni-
zado dos elos da cadeia produtiva. Para Fer-
reira, a expectativa é de que a concentração
siga crescendo, na medida em que o culti-
vo irrigado busca ampliar suas produtivida-
despormeiode tecnologiasdemanejoe ro-
tação e a genética de plantas, enquanto as
áreas de terras altas e de sequeiro disputam
espaço coma soja, omilho e a pecuária.
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