O
Brasil é considerado o maior
e o melhor caso de suces-
so no mundo do café. Des-
de que a cultura foi introdu-
zida no País, em 1727, já são
290 anos de história. A cafeicultura respon-
de pela geração de mais de 8 milhões de
empregos, diretos e indiretos. Os dados re-
centes consolidados pela Companhia Na-
cional de Abastecimento (Conab) apon-
tamprodução recorde de 51,37milhões de
sacas de café arábica e conilon (ou robus-
ta) de 60 quilos em 2016, ou safra 2016/17.
Neste mesmo ano, 20,5 milhões de sacas
devem ser destinadas ao mercado inter-
no e 34,3 milhões para o mercado exter-
no. Estoques privados e públicos são man-
tidos para atender à demanda, caso uma
ou mais colheitas não sejam suficientes. O
faturamento bruto da produção de café foi
de R$ 25,31 bilhões em2016.
Esses resultados destacam o Brasil
como o maior produtor e o maior expor-
tador de café do mundo. Também é o se-
gundo maior consumidor da bebida, só
demandando menos do que os Estados
Unidos. O Brasil sempre liderou a pro-
dução e a exportação mundial de café,
lembra Nelson Carvalhaes, presidente
do Conselho de Exportadores de Café do
Brasil (CeCafé). Apenas um aspecto já de-
monstra o quanto a cafeicultura nacional
vem evoluindo ao longo dos anos: a área
plantada, que já ocupou 4,9 milhões de
hectares, hoje soma 2,2 milhões de hec-
tares. No entanto, a produção não parou
de crescer, chegando ao recorde de 2016.
Brilho
intenso
Brasil firma-se como o maior produtor e o maior exportador mundial de café
do a produção de arábica em 2015 e 2014.
Para a safra 2017/18, a previsão da Conab é
de safra menor, de até 47,5 milhões de sa-
cas, em consequência do ano de baixa bie-
nalidadeno café arábica. Alémdisso, os vo-
lumes estocados são considerados baixos.
Em abril de 2017, a Conab estava pesqui-
sando os estoques privados, que não inclu-
íam ainda o produto da nova safra e nem
os estoques públicos.
Diante dessa realidade, a atenção vol-
ta-se ainda mais para a capacidade do se-
tor cafeicultor de garantir o abastecimento
interno e dos clientes internacionais. Inclu-
sive, a autorização para importar café ro-
busta do Vietnã foi motivo de polêmica en-
tre cafeicultores e indústria entre o final de
2016 e o início de 2017. A importação não
ocorreu devido à mobilização dos produ-
tores. A isso soma-se a perspectiva de au-
mento contínuo do consumo mundial de
café. O que é bompara o Brasil.
n
Apesarderegistrarrecordesdeproduçãoe
produtividadeem2016,opaísaindaenfrentou
perdasnoconilon,provocadaspeloclima
Uma das medidas adotadas foi aumen-
tar a produtividade, que registrou a mé-
dia histórica de 26,33 sacas de 60 quilos
por hectare no referido ano. Isso foi possí-
vel com a adesão e com o investimento em
pesquisae tecnologia. Umbomexemploéo
Consórcio Pesquisa Café.
NA CONTRAMÃO
A cafeicultu-
ra brasileira teria registrado resultados ain-
da maiores em 2016 se o ano não tivesse
tido queda de 25% na produção total de
café conilon. A lavoura deste grão foi afe-
tada pela estiagemnos estados do Espírito
Santo e de Rondônia, principais produto-
res. O clima seco também havia prejudica-
Sílvio Ávila
9