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Por outro lado, Mendes calcula que mais
cerca de 30 mil toneladas são consumidas
como produto pasteurizado (NFC). Mas sa-
lienta que quantia mais expressiva se apura
na transformação da laranja em suco em ca-
sas, bares e restaurantes. Considerando-se
que entre 80 e 100 milhões de caixas da fru-
ta
in natura
(média de 3,67milhões de tone-
ladas) permaneçam para uso direto do con-
sumidor e que 95% virem suco, observa que
isso representaria cerca de 300 mil toneladas
de produto equivalente (65º brix), um con-
sumo considerável e às vezes não percebido.
Enquanto isso, no cinturão citrícola
São Paulo/Triângulo Mineiro, responsável
pela grande parte da produção brasileira
do suco, ficam cerca de 35 mil toneladas
de suco equivalente (66º brix) para con-
sumo interno, conforme dados da Associa-
ção Brasileira de Exportadores de Sucos
Críticos (CitrusBR) sobre a safra 2015/16.
Para a etapa 2016/17, com menor oferta, a
previsão é de 30 mil toneladas. Ibiapaba
Netto, diretor-executivo, reitera expressivo
consumo
in natura
no Brasil e a consta-
tação de aumento na demanda doméstica
de suco natural (60% entre 2005 e 2015).
O consultor Maurício Mendes, por sua
vez, ainda lembra outras alternativas de
apresentação do suco, num ambiente que
busca novos produtos, e confia muito no
mercado consumidor nacional. Enfatiza,
no entanto, que os investidores não po-
dem esquecer do apurado paladar brasilei-
ro, acostumado a suco de qualidade, feito
na hora. Além disso, lembra que há a ques-
tão dos custos altos em termos de emba-
lagem, logística e impostos, que ainda ini-
bem um maior crescimento.
Sílvio Ávila