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O
setor fruticultor do Brasil
espera resultados melho-
res para 2017. A Confedera-
ção da Agricultura e Pecuá-
ria do Brasil (CNA) afirma no
Balanço 2016/Perspectivas 2017 que o seg-
mento continuará sendo um dos de maior
destaque do agronegócio brasileiro. Esti-
ma que a produção possa chegar a 44 mi-
lhões de toneladas em 2017, combase nos
dados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) e de fruticultores expor-
tadores. A previsão é superior à produção
estimada para 2016, de 43,8 milhões de to-
neladas. De acordo com a entidade, ape-
sar dos problemas climáticos que atingi-
ram alguns polos importantes em 2016, a
fruticultura continua gerando oportunida-
n
n
n
Carga extra
As exportações brasileiras de frutas seguirão animado-
ras em 2017, na avaliação da equipe Hortifruti Brasil. A fru-
ticultura exportadora ainda apresenta cenário promissor,
por conta do dólar atrativo e da baixa demanda interna por
fruta de maior valor. “Se a produção de frutas de qualida-
de se mantiver firme, os envios devem seguir aquecidos
em 2017”, destacam os analistas. No balanço anual, a CNA
previa aumento significativo no volume exportado de fru-
tas frescas e processadas em 2017. O resultado seria favo-
recido, além da qualidade e da diversidade das frutas pro-
duzidas, pelas iniciativas do governo e do setor privado na
divulgação da qualidade dos produtos e na ampliação dos
mercados. O contrário era esperado para as importações de
frutas pelo Brasil. Na avaliação do Cepea, a tendência seria
de recuo em 2017, em consequência da fraca demanda do-
méstica e do dólar valorizado.
Déficit hídrico segue causando muitos
prejuízos à fruticultura no semiárido
Dias
melhores
Cadeiadafruticultura
brasileiraespera
colhermaisem2017,
favorecidapelo
climaemregiões
representativas
epelaadoçãode
novastecnologias
des para os pequenos negócios. Em todo
o País, uma grande variedade de frutíferas
produz sobdiferentes climas (tropical, sub-
tropical e temperado).
Para a CNA, a utilização de novas tec-
nologias de produção e pós-colheita au-
mentaria a eficiência dos sistemas pro-
dutivos de frutas no Brasil, contribuindo
para a redução dos custos de produção
das atividades da fruticultura. O uso de
novas tecnologias no controle de mos-
cas-das-frutas e no tratamento pós-co-
lheita de uvas e mangas, no Vale do São
Francisco, tem proporcionado aumento
médio de produtividade, em torno de 3%
ao ano, e também melhorado a qualida-
de das frutas, aponta a Associação Bra-
sileira de Produtores e Exportadores de
Frutas e Derivados (Abrafrutas).
Além disso, previsões apontam que
2017 será um “ano neutro”, sem grandes
fenômenos climáticos, como o
La Niña
ou um novo
El Niño
, observa a equipe da
revista
Hortifruti Brasil
, do Centro de Es-
tudos Avançados em Economia Aplicada
(Cepea), da Escola Superior de Agricul-
tura Luiz de Queiroz (Esalq), vinculada à
Universidade de São Paulo (USP). A pu-
blicação é de fevereiro e traz levanta-
mento sobre os principais impactos do
clima entre 2014 e 2016 na produção de
frutas e hortaliças e faz alerta para 2017 a
respeito do déficit hídrico, especialmen-
te no semiárido brasileiro. O
El Niño
du-
rou entre o final de 2014 e meados de
2016. Foi o mais marcante e provocou o
aumento de chuvas acima da média no
Sul do País e a diminuição da chuva no
Norte e no Nordeste entre 2014 e 2016.
De acordo com a equipe do Cepea, se-
rãonecessários vários anos de boas chuvas
para recuperar as reservas de água do se-
miárido e tambémde algumas regiões pro-
dutoras de Goiás (como Cristalina) e Bra-
sília (DF). No Sul e no Sudeste, as reservas
hídricas estão em bons níveis, o que deve
garantir oferta de água suficiente para
atender à demanda por irrigação nas áreas
de fruticultura e de horticultura em2017.
No início do ano, a previsão para a
produção de laranja destinada à indús-
tria e ao consumo natural era de aumen-
to para a safra 2017/18. A laranja repre-
senta, em média, 39,7% da produção
brasileira de frutas levantada pelo IBGE.
O clima estava sendo favorável à laran-
ja e a outras frutas cultivadas nas regiões
Sul e em grande parte do Sudeste.