Anuário Brasileiro da Fruticultura 2017 - page 75

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O
Brasil teve incrementonaárea
cultivada de uva em 2016,
crescendo 0,68% em relação
ao ano anterior. Balanço da
Embrapa Uva e Vinho apon-
taqueas videiras ocuparam78.553hectares
na safra. No Rio Grande do Sul, que concen-
tra mais de 60% da área vitícola nacional,
o aumento foi de 0,61% na área cultivada,
atingindo a marca de 50.044 hectares. No
restante da região Sul tambémhouve avan-
Produção chegou a 987.059 toneladas
em 2016, 34% abaixo da safra de 2015
n
n
n
Queda nos embarques
Os embarques brasileiros do setor vitivinícola em 2016 so-
maram US$ 77,37 milhões, 5,43% abaixo do registrado em
2015, que já havia sido 8,32% inferior ao realizado em 2014.
“Dentre os produtos, somente a uva de mesa apresentou de-
créscimo nas exportações, de 10,39% na quantidade e de
9,75% no valor obtido. Os demais itens apresentaram aumen-
to, tanto emquantidade quanto emvalor”, aponta a pesquisa-
dora Loiva Maria Ribeiro de Mello. O suco de uvas teve incre-
mento de 7,62% na quantidade exportada e 18,04% no valor.
Os vinhos, por sua vez, registraram incremento de 42,5% na
quantidade e e 52,94% no valor das exportações.
O balanço do setor vitivinícola em 2016 apresentou déficit de
US$ 292.923 milhões, valor 2,61% inferior ao verificado em 2015.
“Tanto as importações quanto as exportações sofreram redução
na soma dos valores transacionados em2016. No entanto, as ex-
portações sofreram redução mais forte do que as importações.”
Loiva pondera que, em específico para o caso da uva de mesa, o
preço médio obtido pelo produto nacional foi superior ao pago
pelauva importada. Ovalor obtidopelas exportaçõesda frutaau-
mentou, passandodeU$ 2,10 por quilo em2015 paraU$ 2,12 por
quilo em 2016. O preço médio pago pelas importações também
aumentou, passando deU$ 1,57 paraU$ 1,65 por quilo.
Operigoveiodo
céu
Apesardoincremento
daáreacultivada
noBrasilem2016,
produçãodos
parreiraistevequeda
significativaem
funçãodeproblemas
climáticos
çodas videiras,mas foi noSudeste e noVale
do São Francisco que ocorreramasmaiores
ampliações, chegando a 6,43% em Minas
Gerais e 4,83%emPernambuco.
Conforme a pesquisadora Loiva Ma-
ria Ribeiro de Mello, da Embrapa Uva e Vi-
nho, de Bento Gonçalves (RS), apesar do
incremento de área, a produção foi me-
nor. Em todo o território nacional, chegou
a 987.059 toneladas, 34,08% abaixo da de
2015. “A produção de uvas da região Sul,
que representamais de 75%da área vitíco-
la do País, foi atípica em2016”, constata. As
retrações chegarama 52,79%e 51,03%nas
lavouras gaúchas e catarinenses, respecti-
vamente. “A redução foi motivada por um
conjunto de fatores decorrentes das condi-
ções climáticas adversas”, enfatiza.
A especialista destaca que os proble-
mas com o clima, sobretudo no Rio Grande
do Sul, também interferiram na produção
de uvas destinadas ao processamento (vi-
nhos, sucos e derivados). O volume chegou
a 345.623 milhões de quilos de uvas, repre-
sentando apenas 35,02% da produção na-
cional. “O restante da produção, de 65,98%,
foi destinado ao consumo
in natura
”, expli-
ca. Nosanosanteriores, as frutasdestinadas
para a indústria chegarama 673.422 tonela-
das em2014 e 781.412 toneladas em2015.
Apesar das adversidades climáticas e
econômicas, Loiva acredita que o desem-
penho do setor vinícola foi bom em 2016.
“Com a severa redução na produção de
uvas,asempresasvaleram-sedosestoques
dos anos anteriores para evitar o desabas-
tecimento”, frisa. “Noentanto, os baixos es-
toques existentes atualmentepodemse re-
fletir de forma negativa na comercialização
dos próximos anos, caso ocorra nova redu-
ção na produção de uvas”. Ela lembra que
o mercado do setor foi regulado também
como aumento dos preços da matéria-pri-
ma e dos produtos elaborados.
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