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O
s números consolidados do
Instituto Brasileiro de Ge-
ografia e Estatística (IBGE)
apontam que a safra brasi-
leira de melancia mantém-se
estável. Entre 2014 e 2015, a área produtiva
aumentou pouco mais de 1,5 mil hectares
no País, saltando de 94.375 hectares para
95.965 hectares de área colhida. A produ-
ção das lavouras registrou decréscimo, pas-
sando de 2.171.448 toneladas em2014 para
2.119.559 toneladas no ano seguinte.
Amesma tendência se viu na produtivi-
dade, que caiu de 23 mil quilos por hecta-
res para cerca de 22 mil quilos por hectare
em 2015, ano em que o valor da produ-
n
n
n
Fonte de renda
A produção de melancia está nas raízes da família do agri-
cultor João Moreira Rodrigues Neto, 45 anos, que cultiva a
fruta no interior de Uruana, na região central de Goiás. Há 25
anos na cadeia produtiva, é um dos maiores investidores do
Vale do São Patrício, que concentra em torno de 300 produ-
tores de melancia no cultivo de 6 mil hectares ao ano. Hoje,
parte da produção colhida por Neto na área de 100 hectares
é destinada à exportação, enviada para países como Argenti-
na, Uruguai e Paraguai.
Ao lado da esposa Flávia Daniela, conduz comorgulho suas
lavouras, onde a colheita acontece de abril a outubro. “Con-
sigo média de 50 toneladas por hectare utilizando híbrido de
qualidade e mecanização”, conta. Na região, garante que os
produtores detêm uma das tecnologias mais avançadas do
Brasil. Na hora da colheita, no entanto, o processo é essencial-
mente manual, agregando empregos e renda. Em sua proprie-
dade, Neto diversifica com abóbora e pecuária, mas é a me-
lancia que garante o sustento e a educação de seus três filhos.
País obteve US$ 31,4 bilhões com os
embarques de melancias em 2016
Fatiasdo
mercado
Comprodução
superiora2,1milhões
detoneladas,melancia
éumadafrutasmais
exportadaspeloBrasil,
movimentandobilhões
todososanos
ção atingiu R$ 1,2 bilhão no Brasil. Entre os
maiores estados produtores, o Rio Grande
do Sul seguia na vanguarda em área colhi-
da, chegando à marca de 17.701 hectares
em 2015, de acordo com o balanço da Pro-
dução Agrícola Municipal (PAM/IBGE).
Na sequência estão Bahia, com
12.561 hectares, e Tocantins, com 9.395
hectares. Embora Goiás apareça apenas
na quinta colocação, com 6.757 hectares
cultivados com a fruta (atrás de São Pau-
lo, com 8.909 hectares), em 2015 o Esta-
do detinha a segunda maior produção e
a maior produtividade. Na época, atingiu
colheita de 246.950 toneladas, perdendo
apenas para o Rio Grande do Sul, que co-
lheu 364.775 toneladas.
O rendimento das lavouras goianas foi
de 36.547 quilos por hectare naquele ano,
muito superior àmedia nacional e à dos de-
mais estados. São Paulo, com 27.019 quilos
por hectare, e Tocantins, com 20.931 quilos
por hectare, também se salientam. Embora
tivessemamaior área plantada em2015 e a
maior produção, os gaúchos aparecemape-
nas em quarto lugar no
ranking
da produti-
vidade, com20.608 quilos por hectare.
Hoje, a melancia é uma das frutas de
maior representatividade no Brasil, em es-
pecial quando o assunto é exportação. Na
tabela elaborada pela Associação Brasilei-
ra dos Produtores Exportadores de Frutas
e Derivados (Abrafrutas), a partir dos da-
dos do setor de Estatísticas de Comércio
Exterior do Agronegócio Brasileiro (Agros-
tat), do Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Mapa), a fruta é a sétima
mais exportada, atrás de mamões, conser-
vas e preparações de sucos, uvas, limões e
limas, melões emangas.
Em 2016, o País movimentou US$ 31,4
bilhões com os embarques de melancia.
Ao total, 67.437.489 quilos foram enviados
para os compradores internacionais, em
especial para Países Baixos, Reino Unido,
Argentina e Espanha. No comparativo com
2015, a variação das exportações de me-
lancia é bastante positiva, saltando 16,38%
em valor e 22,72% em peso. Naquele ano,
o Brasil movimentou em torno de US$ 27
bilhões com a venda de 54.953.858 quilos
para omercado externo.