Anuário Brasileiro de Hortaliças 2016 - page 51

As principais
MAINVEGETABLES
FOLHOSAS
LEAFY GREENS
Cuidado,
frágil
Setor de hortaliças folhosas quer investir em sistemas de produção mais
sustentáveis para diminuir as perdas registradas, em especial no verão
Os hábitos alimentares dos brasileiros
estão cada vez mais saudáveis. Por esse
motivo, avalia-se que o consumo de hor-
taliças folhosas também tem aumentado no
País. Ao mesmo tempo, a produção e a qua-
lidade dessas hortícolas oscilam bastante,
porque são muito dependentes das condi-
ções climáticas. “O balanço anual das con-
dições meteorológicas é o que determina,
em grande parte, o impacto no resultado
de cada folhosa”, destaca Andréia Cristi-
na Silva Hirata, pesquisadora da Agência
Paulista de Tecnologia dos Agronegócios
(Apta), da Secretaria de Agricultura e Abas-
tecimento do Estado de São Paulo.
Entre os paulistas, por exemplo, o cul-
tivo de quatro tipos de hortaliças de fo-
lhas e flores ocupou 23,3 mil hectares em
2015, de acordo com os dados do Insti-
tuto de Economia Agrícola (IEA). A maior
parte da área, de 11,1 mil hectares, foi
destinada ao plantio de alface. O restan-
te do espaço dividiu-se entre plantações
de repolho (5,9 mil hectares), couve-flor
(2,5 mil hectares), brócolis (2,2 mil hec-
tares) e couve (1,3 mil hectares). Ape-
nas brócolis apresentou redução de área
em relação a 2014. Os maiores acréscimos
ocorreram nas lavouras de repolho (433
hectares) e de alface (369 hectares).
“Pelo baixo investimento inicial e pelo
retorno a curto prazo, o cultivo de hor-
taliças folhosas é estratégico e importan-
te para agricultura familiar”, destaca An-
dréia. Conforme ela, o grande problema
no setor é manter a produtividade e a
qualidade na época do verão, quando o
calor e o excesso de chuvas são prejudi-
ciais às plantações. Pesquisas são realiza-
das com o intuito da manter o rendimen-
to e a qualidade nesta temporada do ano,
em especial em regiões de clima quente.
“O consumo de folhosas aumenta no ve-
rão, favorecendo a melhoria da renda do
produtor”, observa.
SOLUÇÕES
O investimento em sustentabilidade é essencial para o horticultor. Sistemas mais sustentáveis de produção, como a inclusão de espécies (mi-
lheto, crotalária, mucuna e outras) que melhoram a qualidade do solo, devem ser implantadas em rotação com as hortaliças folhosas. Inclusive,
também vem sendo estudado o plantio direto de hortaliças sobre essas culturas. A curto e longo prazos, essas tecnologias reduziram a erosão do
solo e diminuírama incidência de pragas, doenças e plantas daninhas, alémde teremaumentado amatéria orgânica e a fertilidade do solo. O uso de
telas de sombreamento emdiferentes folhosas evidenciou acréscimo de produtividade para algumas e de qualidade para outras na estação quente.
A escassez de chuva também afeta a produção de folhosas, como aconteceu em algumas regiões do Estado de São Paulo em 2014 e 2015. Al-
guns produtores paulistas reduziram as áreas devido à falta de água para a irrigação. Uma medida a curto prazo é a irrigação por gotejamento, que
economiza água e, em simultâneo, permite a adução, resultando em economia de mão de obra. “Aliado a isso, o sistema deposita a água próximo
da planta, semmolhar a folha, o que reduz problemas com doenças e plantas daninhas”, relata Andréia.
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