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Alho
garlic
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Presença externa
Apesar de ter produzido mais, o Brasil também importou mais alho em volume e em valor em 2016. As compras externas
do tempero foram de 174,909 mil toneladas e de US$ 332,372 milhões, conforme os números da Secretaria de Comércio Exte-
rior (Secex), do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). No ano anterior, a importação foi de 163,557 mil
toneladas e US$ 179,009 milhões. O preço FOB do produto importado aumentou, passando de US$ 9,08 pela caixa em julho
de 2015 para US$ 21,39 em dezembro de 2016.
A entrada de alho estrangeiro preocupa o setor produtivo brasileiro. A Anapa defende que a importação respeite as nor-
mas e os padrões estabelecidos, em especial para alhos oriundos da Argentina, e que seja mantido o pagamento da taxa anti-
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dumping
e a Letec (Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum) de 35%para o alho chinês. “Para enfrentar a competição chine-
sa, os produtores brasileiros precisam se fortalecer cada vez mais, por meio da associação, e buscar melhores produtividade
e qualidade do produto”, enfatiza Rafael Corsino, presidente da Anapa.
O
Brasil ainda não produz alho
suficiente para atender o
próprio consumo. Em 2016,
foram colhidas 12,7 milhões
de caixas de 10 quilos, mais
de 130 mil toneladas. Deste total, 9,5 mi-
lhões de caixas foramproduzidas na região
do Cerrado e 3,2 milhões de caixas na re-
gião Sul, de acordo com a Associação Na-
cional dos Produtores de Alho (Anapa). “O
volume ofertado é de 80% da produção,
uma vez que os outros 20% são destina-
dos ao plantio e também aos alhos abai-
xo do padrão, que não chegam ao merca-
do para o consumo
in natura
”, comenta o
engenheiro agrônomoMarco Antônio Luci-
ni, diretor de Honra da entidade.
No início de 2017, conforme Lucini, 90%
da produção do Cerrado já tinha sido co-
mercializada. Enquanto isso, em dezembro
de 2016, os produtores de estados da região
Sul finalizavam uma das melhores safras
dos últimos 10 anos. O inverno frio e a pri-
mavera seca contribuíram para que a co-
lheita fosse de excelente produtividade e
qualidade. Nesta região, o alho é mais ofer-
tado entre os meses de janeiro e abril. Ape-
sar dobomdesempenhoeconômico, aAna-
pa sugere aos produtores muita cautela e
pés no chão ao definir o plantio de 2017. “A
cadeiabrasileiradoalho representaumPro-
duto Interno Bruto (PIB) de R$ 1,5 bilhão e
emprega mais de 100 mil pessoas”, informa
Rafael Jorge Corsino, presidente da Anapa.
Em2016, oconsumodealhopelosbrasi-
leiros foi de 30 milhões de caixas de 10 qui-
los, ou ao redor das 300 mil toneladas, des-
taca a Anapa. O consumo
per capita
evoluiu
para 1,5 quilo de alho por habitante ao ano.
“Mesmo nesse período de recessão, e com
o aumento do preço do alho nomercado, o
consumo não diminuiu, como mostram os
dados de importação e da produção nacio-
nal”, observa Lucini. Os preçosmédios rece-
bidos pelos produtores situaram-se entre
R$ 5,00 a R$ 6,00 acima da classe, depen-
dendo da classificação, do toalete e da qua-
lidade. A produção nacional representou
42% do consumo interno, menos da meta-
de. O restante foi abastecido com 17,3 mi-
lhões de caixas vindas principalmente de
China, ArgentinaeEspanha.Os chineses for-
neceram55,56%, e os argentinos, 32,16%.
A tendência era de que a colheita de
2017 cairia para 123.622 toneladas de alho,
de acordo com o Levantamento Sistemá-
tico da Produção Agrícola (LSPA), do Ins-
tituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Se o resultado se confirmar, vai re-
presentar redução de 5,2% sobre o volu-
me de 130.407 toneladas, ou de 10,432 mi-
lhões de caixas de 10 quilos, registradas
em 2016, ante 9,645 milhões de caixas no
ano anterior. A área plantada estava esti-
mada em 11.231 hectares, com redução
de 0,95%. A produtividade esperada era de
11.007 quilos por hectare, com queda de
4,3%em relação ao obtido em2016.
O Estado de Minas Gerais é o maior pro-
dutor de alho do Brasil. Os mineiros colhe-
ram48.139 toneladas da hortaliça em2016.
Segundo o levantamento do IBGE, a produ-
ção estadual poderá diminuir para 44.088
toneladas em2017. Na sequência, em2016,
as maiores ofertas da hortaliça foram re-
gistradas em Goiás, com 28.881 toneladas;
Santa Catarina, com26.016 toneladas; e Rio
Grande do Sul, com15.542 toneladas.
Tempero
exótico
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Produçãonacional conseguiusuperaramarcade130mil toneladasem2016,
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