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Consumodehortaliçasregistrouqueda, comoreflexodadifícil situação
econômicanoPaís,masosetoresperamelhoriagradativaapartirde2017
Panorama
PANORAMA
OmovimentofísiconasCeasas
tevediminuiçãode3,32%em2016
A
mesa dos brasileiros foi me-
nos farta e saudável em anos
recentes. De acordo com afir-
mações de especialistas, o
consumo de hortaliças é si-
nônimo de alimentação rica em carboi-
dratos, lipídeos, proteínas, sais minerais,
vitaminas e fibras, e favorece muito a saú-
de, por agir na prevenção e no combate a
diversas doenças (cardiovasculares, cân-
cer, diabetes, obesidade, hipertensão).
Mas nos últimos tempos foi confirmada
a redução no consumo destes produtos,
o que atingiu consumidores e produtores.
A quantidade de hortigranjeiros (in-
cluindo hortaliças e frutas) comerciali-
zada nas principais Centrais de Abaste-
cimento do País em 2016 caiu 3,32% em
relação ao ano anterior, quando já houve
queda, conforme salientou o Boletim do
Programa Brasileiro de Modernização do
Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divul-
gado pela Companhia Nacional de Abas-
tecimento (Conab) no início de 2017. As
regiões que registrarammaiores reduções
foram o Norte (11,9%), o Nordeste (5,1%)
e o Sudeste (4,9%), excetuando-se o Cen-
tro-Oeste e o Sul, com acréscimos respec-
tivos de 5,5% e 2%.
Os dados ainda não apresentavam a
consolidação dos números das unidades,
mas já apresentavam as informações dos
principais mercados atacadistas. Enquan-
to o volume geral decresceu, ficando em
14,2 milhões de toneladas, o valor obtido
nas vendas dos entrepostos, onde circula
amaior parcela destes produtos consumi-
dos no País, mostrou crescimento, na or-
dem de 14,62%, chegando a R$ 33,3 bi-
lhões (R$ 20,8 bilhões no Sudeste). Com
menor oferta, a lei natural domercadomo-
tivou a elevação dos preços praticados.
Por outro lado, levantamento feito
pela Embrapa Hortaliças mostra menor
disponibilidade dessa produção por habi-
tante, desde 2011, evidenciando ainda o
menor consumo aparente. Enquanto na-
quele ano a quantia apurada era de 100,8
quilos por habitante ao ano, em 2015 di-
minuiu para 87,4 kg/h/a. Já no acompa-
nhamento mensal de cinco hortaliças
(alface, batata, cebola, cenoura e toma-
te) nas Ceasas, o Prohort verificou menor
venda na maioria dos meses de 2016, em
comparação com o ano anterior, ocorren-
do reação no final do ano, o mesmo acon-
tecendo no início de 2017.
A queda havida no consumo recebe a
atenção do Instituto Brasileiro de Horti-
cultura (Ibrahort), diante da repercussão
que teve no setor produtivo e do interes-
se existente no incremento da demanda.
Na avaliação do presidente Edson Takeshi
Matsusako e do conselheiro José Daniel Ri-
beiro, como se trata de uma consequência
da crise econômica nacional, há expectati-
va de que “esta deve termelhora gradativa,
de forma simultânea com a melhora no ní-
vel de atividades no País”.
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Inor Ag. Assmann