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Mais relações
externas
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Tantoaexportaçãoquantoaimportaçãodeprodutosolerícolasvoltam
acrescerem2016,enquantoabalançacomercialdosetorpermanecenegativa
O
comércio de produtos da
olericultura ainda é peque-
no entre o Brasil e os de-
mais países, tendo maior
expressividade a importa-
ção. Mas, embora esta continue crescen-
do um pouco, a exportação brasileira vem
mostrando evolução persistente e cada
vez mais forte nos últimos anos. Foi o que
aconteceu em 2016, quando tanto o volu-
me quanto a receita relacionados à ven-
da externa do setor tiveram aumento, em
respectivos 12,6% e 5,9%, enquanto no
ano anterior estes índices positivos ha-
viam sido de 27,7 e 3,3%.
Hortaliças frutícolas (melão e melan-
cia) são os principais produtos de expor-
tação e vêm apresentando aumento nas
vendas, destacando-se empercentagema
segunda, com acréscimo de 22,7% no vo-
lume embarcado em 2016, enquanto um
ano antes o incremento já havia alcança-
do 79,1%. O melão nordestino, que tam-
bém lidera em volume nas exportações
de frutas, voltou a crescer um pouco nas
transações (0,4%), após ter registrado ex-
pansão de 13,7% no período anterior.
O produto líder nas vendas externas
está conquistando novos mercados (Ar-
gentina, Chile, Japão, Vietnã), além do
principal, a União Europeia, de acordo
com Luiz Roberto Barcelos, produtor, di-
retor da Agrícola Famosa e presidente da
Associação Brasileira dos Produtores e Ex-
portadores de Frutas e Derivados (Abra-
frutas). Ainda conforme suas declarações,
prestadas ao
Anuário Brasileiro da Fru-
ticultura 2017
, a projeção é de que deva
ocorrer novo crescimento em 2017.
A evolução mais significativa, em ter-
mos percentuais nas exportações de hor-
taliças em 2016, ocorreu com a cenoura,
no patamar de 1.325%, e na batata-doce,
com 1.006% a mais, em comparação com
o ano antecedente, quando haviam dimi-
nuído, porém em níveis menores: respec-
tivos 75% e 31%. Outro produto, a cebola,
que se destaca na importação, já registra
por dois anos seguidos crescimento sig-
nificativo nas destinações para o exterior,
sempre na faixa dos 350%.
O bulbo, o segundo produto olerícola
mais importado pelo Brasil, teve decrésci-
mo neste movimento em 2016, na ordem
de 33%, enquanto na etapa anterior tivera
incremento de 74%. A batata inglesa, por
sua vez, continua a ser o itemmais trazido
do exterior, em especial em forma de in-
dustrializado, inclusive com crescimento
nas operações em quase 33% no ano em
foco. Alho e ervilha, que também seguem
na lista dos mais importados, igualmen-
te tiveram incremento nas aquisições, em
respectivos 6,9% e 25%.
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Diferencial e potencial
Outros produtos queapresentarammaiores importações foramtomate,mandioca, lentilha, sementes diversas emorango, após
representativas quedas em 2015. De modo geral, as aquisições de hortigranjeiros do exterior aumentaram 6,4% em 2016, quase o
mesmo índice registrado umano antes, enquanto o valor pago aumentou 20%, após umperíodo emque havia diminuído 7%. O to-
tal importado (976mil toneladas, por US$ 1,07 bilhão) ainda supera bastante o exportado (443mil toneladas, por US$ 308milhões).
Persiste no setor o “sonho de exportação” emmaior quantidade, como frisaramos pesquisadores Geovani Amaro eNirlene Vile-
la empalestra no SimpósiodoNoroesteMineirode Ciências Agrárias, em2016. Para tanto, salientaramodiferencial e o potencial de
que “Brasil produz hortaliças o ano todo, enquanto a Europa e parte da América do Norte possuem limitações devido ao inverno ri-
goroso, o que poderia ser aproveitado pelos produtores brasileiros, combase emestudomais amplo demercado”.
DOBRASIL AO EXTERIOR
Exportações da olericultura
brasileira em 2016
Produtos
Kg
Melão
224.688.423
Melancia
67.437.489
Mandioca
48.991.014
Cebola
21.818.839
Batata-doce
20.236.729
Milho-doce
13.268.264
Cenoura
12.126.200
Tomate
9.999.931
Ervilha
6.057.117
Cascas
4.780.435
Condimentos/Temperos
3.028.000
Batata-inglesa
2.679.725
Sementes diversas
1.666.193
Beterraba
724.333
Mostarda
682.266
Outros
4.613.225
Total
442.798.183
Fonte:
MDIC/Aliceweb — Elaboração: Editora Gazeta.
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