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Batata
POTATO
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Processada
A crise econômica nacional afetou mais o segmento de chips e menos o de batata-palha. Mais de 20% da produção brasileira
de batata é processada, conforme o consultor Paulo Popp. Todas as indústrias processadoras reduziramo volume produzido. Além
disso, não havia muita oferta de batata indústria e os preços estavammuito altos. Esse cenário manteve-se no segundo semestre
de 2016 e no início de 2017. A batata pré-frita congelada registrou 15%de aumento nas importações em 2016. Durante algumperí-
odo, foi necessário importarmatéria-prima da Argentina, pois os campos de produçãode indústrias foramprejudicados pelo clima.
Omaior consumo de pré-fritas compete com o mercado in natura e prejudica o produtor porque o Brasil importa 70% de todo
o volume deste tipo de produto. “O Brasil não é competitivo na produção de batatas. A importação do produto processado como
pré-frita congelada deve seguir emgrandes volumes, inclusive comaumento”, avalia. Conforme o consultor, recentemente foi apro-
vada a aplicação de taxa anti dumping sobre o produto vindo da Europa, masmesmo assimos preços sãomais baixos do que o va-
lor do produto nacional.
O
plantio brasileiro de batatas
ainda sofreu a influencia ne-
gativa do El Niño em 2016,
mas fechou o período com
volume superior ao de anos
anteriores. Aprodução total debatatas ficou
entre3,2milhõesdetoneladase3,4milhões
de toneladas, de acordo com o engenheiro
agrônomo Paulo Popp, consultor agrícola
de Curitiba (PR). O volume superou de 6%a
8%amédiaobtidaemoutros anosnormais.
A área plantada totalizou de 115 mil hecta-
res a 120 mil hectares, com avanço de qua-
se 10%. Conforme Popp, a colheita e a área
plantada ficaramabaixodamédia esperada
para oprimeiro semestre de 2016 e de 2017.
Mas forammuito mais altas no segundo se-
mestrede2016.“Issoocorreuprincipalmen-
te em função da disponibilidade de semen-
tes emcada umdos períodos”, relata.
Conforme o consultor, os plantios de fi-
nal de 2015 e início de 2016 foram limita-
dos sobretudo pelas condições climáticas
desfavoráveis em decorrência do El Niño,
que ainda provocou a escassez de semen-
tes de boa qualidade. “Com isso, os preços
demercado estavambastante elevados por
longo período, estimulando os produtores,
atémesmonão tradicionais, a investiremna
cultura”, esclarece. Porém, a partir do mo-
mento emque os estoques de sementes de
qualidade se normalizaram e as condições
climáticas se estabilizaram, os rendimentos
aumentarame os preços despencaram.
Para o consultor, até maio de 2017, era
impossível prever comoaproduçãose com-
portaria no segundo semestre do ano. Nos
primeiros meses de 2017, o clima seguia fa-
vorável e a lavoura apresentava altos ren-
dimentos mesmo em regiões onde não
seriam tão expressivos. “Foi uma das me-
lhores safras das águas e de verão nas últi-
masdécadas,mas aofertadoprodutoman-
teve os preços abaixo da média esperada”,
destaca. A crise econômica brasileira tam-
béminfluenciounoconsumodabatata, que
continuou como preço relativamente alto e
foi substituída por outros produtos.
Até maio de 2017, as condições e o ce-
nário permitiam estimar queda acentuada
de preço para as colheitas de agosto e se-
tembro. No entanto, a safra de inverno es-
tava apenas começando e algumas regi-
ões enfrentavam limitação de água. Não
era possível ter muita certeza para a pró-
xima safra das águas e verão. “Espera-se
clima bom e ainda existe muita disponibi-
lidade de sementes em produção e arma-
zenadas”, pondera.
Ocustodeprodução foi elevadodurante
oprimeiro semestre de 2016, devido à baixa
produtividade. “Os preços altos do produto
possibilitaramboa lucratividade para o pro-
dutor, seguindoocomportamentode2015”,
relata Popp. Os produtores que colheram
mais em algumas regiões do Brasil obtive-
ram lucro excepcional, dos mais elevados,
que talvez jamais se repetirá. Porém, no se-
gundo semestre de 2016, na colheita da sa-
fra de inverno, as margens ficarammuito li-
mitadas e,mais para o final do ano e o início
de 2017, muitos produtores tiveram prejuí-
zos semconseguir cobrir os custos. Aprodu-
ção nacional de batatas estimada pelo Ins-
tituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) fica próximo de 4 milhões de tonela-
das, bem superior ao volume previsto pelo
consultor de Curitiba.
Batatas
amais
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Produtoresdebatatacolherammenosnoprimeirosemestrede2016,
masototaldoanosuperouoanteriorcomoaumentonosegundosemestre