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Cebola
ONION
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Concorrência
A importação de cebola diminuiu para 183,1 mil toneladas em 2016, contra 274,6 mil toneladas no ano anterior, de acordo
com os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Em
valores, totalizou US$ 70,1 milhões, abaixo dos US$ 100,4 milhões registrados em 2015. “É preciso atitude política para taxar
o preço dos produtos que vêm do exterior para o mercado brasileiro”, defende Luiz Carlos Laurentino, presidente da Associa-
ção de Produtores de Cebola de Santa Catarina (Aprocesc). Ainda aponta que não há como competir com a cebola vinda da
Holanda, onde a agricultura é subsidiada pelo governo.
O
s produtores brasileiros de
cebola obtiveram bons re-
sultados com a ajuda do cli-
ma, além de outros fatores,
em 2016. A produção atin-
giu 1,563 milhão de toneladas, superando
o volume de 1,461 milhão de toneladas
verificado em 2015, de acordo o Levanta-
mento Sistemático da Produção Agrícola
(LSPA), do Instituto Brasileiro de Geogra-
fia e Estatística (IBGE). A área colhida che-
gou a 56,1 mil hectares e a produtividade
média ficou em 27,8 toneladas por hecta-
re. Para 2017, o volume e a área colhida
estão estimados em 1,605 milhão de to-
neladas e 57 mil hectares, respectivamen-
te. O valor de produção da cebola somou
R$ 1,814 bilhão em 2016, com acréscimo
de 35,4%, segundo a pesquisa Produção
Agrícola Municipal (PAM), do IBGE.
Mais de um terço de toda a produção
brasileira é colhida em Santa Catarina. A
produção estadual apontada pelo IBGE
foi de 536,6 mil toneladas em 2016. No
entanto, esse volume pode ter superado
a 580 mil toneladas, conforme o agrôno-
mo Jurandi Teodoro Gugel, da Empresa
de Pesquisa Agropecuária e Extensão Ru-
ral de Santa Catarina (Epagri) – Centro de
Socioeconomia e Planejamento Agrícola
(Cepa). Para Gugel, as condições climáti-
cas favoráveis e o uso intenso de tecnolo-
gia contribuíram para que a safra catari-
nense fosse recorde na etapa 2016/17.
Em Santa Catarina, foram plantados
mais de 20 mil hectares de cebola em
2016. “Os produtores catarinenses alcan-
çaram produtividades acima de 30 to-
neladas por hectare e muitos chegaram
a passar das 50 toneladas por hectare”,
destaca. A safra também foi boa nas ou-
tras principais regiões produtoras da hor-
taliça. Com isso, o preço pago ao produ-
tor caiu. Até abril de 2017, o valor pago
ao produtor catarinense permanecia em
queda e não deveria alterar-se uma vez
que a comercialização se aproximava do
fim e em breve chegaria ao mercado a ce-
bola colhida em outras regiões tradicio-
nais. Na ocasião, mais de 70% do volume
produzido emSanta Catarina já tinha sido
comercializado.
O preço pago ao produtor oscilava en-
tre R$ 0,55 e R$ 0,60 por quilo da cebola
classe 3 a 5 nas principais regiões produ-
toras de Santa Catarina. Conforme Gugel,
esses valores ficaram abaixo do custo de
produção para o setor catarinense. “Des-
ta forma, confirma-se o que a cadeia pro-
dutiva previa desde fevereiro de 2017, de
que as perspectivas de melhoria nos pre-
ços eram muito remotas e com repercus-
sãoque afetará opróximo ano-safra da cul-
tura, possivelmente com alguma redução
na área plantada”, explica Gugel. A decisão
sobre o próximo plantio (do ciclo 2017/18)
também iria depender da disponibilidade
e do acesso ao crédito de custeio, que es-
tava emnegociação ou renegociação entre
produtores e agentes financeiros.
Depois de Santa Catarina, os princi-
pais estados fornecedores de cebola são
Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rio Gran-
de do Sul, Goiás, Paraná e Pernambuco.
Os baianos colheram 255,2 mil toneladas
em 2016, seguidos pelos mineiros, que
produziram 185,5 mil toneladas, de acor-
do com dados do IBGE. “O quadro é de
produção excepcional nas principais re-
giões e países produtores, fazendo com
que o mercado esteja com grande oferta
do produto”, aponta Gugel. Ainda observa
que o mercado brasileiro tem sido afeta-
do pelas importações de cebola. Nos anos
mais recentes, pela entrada de produto da
Holanda. Porém, a importação diminuiu
desde o segundo semestre de 2016. “Isso
indica que a queda dos preços ao produ-
tor é decorrente da grande oferta do pro-
duto na atual safra”, frisa.
Sobrou
tempero
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