Extra!
Extra!
Brasil colhe umadasmelhores safras
demaçã,comprodutodealtaqualidadeobtidoem
temporadadeclimamuitofavorávelparaseucultivo
J
á no início da colheita, em ja-
neiro de 2017, da variedade
principal, a Gala, amaçã bra-
sileirada temporadamostra-
va-se com apelo de extrema
atração. Pierre Nicolas Pérès, presidente
da Associação Brasileira de Produtores de
Maçã (ABPM), não tinha dúvidas em afir-
mar que se tratava de “uma das safras
mais extraordinárias em termos de quali-
dade”. O mesmo se confirmaria depois na
variedade Fuji, que começou a ser colhida
a partir de março. Ambas respondem por
cerca de 95% da produção nacional.
A afirmação baseava-se no fato de que
“a safra 2016/17 premiou as principais re-
giões produtoras no Brasil com um clima
favorável em absoluto para o cultivo da
fruta”. A produção brasileira de maçã con-
centra-se no Sul do País, em áreas de ele-
vada topografia e mais frias, inseridas nos
polos dos municípios de São Joaquime de
Fraiburgo, emSanta Catarina; Vacaria e Ca-
xias do Sul, no Rio Grande do Sul, além de
Lapa e Palmas, no Sul do Paraná.
“Situações como o inverno bastante ri-
goroso e a primavera pouco chuvosa de
2016, além da baixa ocorrência de chuvas
de granizo”, descreveu o dirigente da asso-
ciação, “estão concentrando a safra emfru-
tos graúdos, de excelente qualidade física
e sanitária, crocantes, suculentos, aromá-
ticos e bastante saborosos pelo equilíbrio
da relação açúcar-acidez”. O volume tam-
bém melhorou após um ciclo desfavoreci-
do pelo clima, retornando a níveis de dois
anos atrás, o que permitirá, conforme Pier-
re, atender de forma plena à demanda bra-
sileira e à exportação de excedentes.
A questão qualitativa merece especial
destaque nesta safra do produto. O fito-
tecnista José Luiz Petri, da Estação Experi-
mental de Caçador da Empresa de Pesqui-
sa Agropecuária e Extensão Rural de Santa
Catarina (Epagri), que atua desde o inícioda
exitosapesquisadamaçãbrasileira, háqua-
trodécadas, observaquea frutade2017en-
contra-se no topo deste período. O fisiolo-
gista
Luiz Carlos Argenta
, especialista em
pós-colheita na mesma unidade e que ana-
lisa de forma direta este aspecto, por sua
vez, confirma a qualidade superior da safra.
Dentro do conceito mais perceptível na
apreciação deste item da fruta, o pesqui-
sador concorda que se obteve nesta sa-
fra uma das mais elevadas avaliações, se
não a mais alta. “O tamanho é bom, as-
sim como a coloração, além de se desta-
car a ausência de defeitos externos (como
“russeting”), caracterizando fruta de óti-
ma qualidade”, comenta Argenta. De outro
lado, alerta para a exigência de cuidados
para conservação da qualidade, em espe-
cial dos frutosmaiores. A colheita, ocorrida
de forma geral no ponto bom de matura-
ção, favorece neste particular”, acrescenta.
Em suma, o especialista considera que
“várias características apontam para a boa
qualidade da fruta em 2017, permitindo
ainda um bom escalonamento da comer-
cialização”. Mas em paralelo a tantos in-
dicadores positivos, reitera junto à cadeia
produtiva a necessidade de manter esfor-
ços para preservar a qualidade durante
todo o ano, o que faz comconfiança, “pois,
diante dessa preocupação, o setor tem in-
vestido de forma contínua em tecnologia e
pessoal para atingir esse objetivo”.
Frutos graúdos, belos e saborosos
foramcolhidos no período 2016/17
Inor Ag. Assmann
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