Sílvio Ávila
Se fosse um país, o Centro-Oeste estaria entre os 10 maiores produtores
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O Centro-Oeste consolida
suacondiçãodeceleirodoBrasil.Somentenomilho,essa
regiãojárepresentaquasemetadedaproduçãodoPaís
U
m a cada dois grãos de milho
produzidosnoBrasil na tempo-
rada 2016/17 sai da região Cen-
tro-Oeste, formada pelos es-
tados de Goiás, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. O pro-
fissionalismode umagronegócioque dá cer-
to,oclimaeoavançodastecnologiasempre-
gadas permitiram à topografia do cerrado o
desenvolvimento de um sistema integrado
eficiente para a produção de grãos e pecu-
ária que mudou mais do que as paisagens:
construiu cidades inteiras e transformou vi-
das, conquistandoooeste combraço forte.
Nesta região, a dobradinha soja-milho
é tão importante nos quesitos agronômico,
econômico e social nas gigantescas lavouras
que compõemo oeste nacional quanto o ar-
roz e o feijão no prato do brasileiro. Para ga-
rantir que duas safras sejam colhidas num
período de oito a novemeses, o Centro-Oes-
te planta variedades superprecoces da soja
no final do inverno e no início da primavera.
Nos campos, as colheitadeiras são seguidas
porumexércitodetratorescomasplantadei-
ras, semeando omilho entre novembro e fe-
vereiro, dependendodamicrorregião.
Este sistema de cultivo deu tão certo
que o cerrado passou, nas últimas décadas,
de área de exploração florestal, com roças
de subsistência e pecuária extensiva, para o
maior fenômeno de produção de alimentos
domundo.Umafronteiraagrícoladefazerin-
veja a gigantes como a China, a Índia e os Es-
tados Unidos, onde a exploração territorial
paraoagronegócioestáesgotada. Para se ter
uma ideia, a safra nacional 2016/17 chegou
aorecordede96milhõesdetoneladasdemi-
lho, das quais 46,685 milhões de toneladas,
ou48,6%, têmorigemnesteCentro-Oesteno
qual, emseplantando, tudodá.
Apenas 2,8 milhões de toneladas são
da primeira safra (6% do total produzido
na região). As outras 43,9 milhões de tone-
ladas são da segunda safra (94%), volume
cultivado para agregar a ciclagem de nu-
trientes no solo, também ampliar a renda
e a diversificação das fazendas que têm na
soja a sua principal atividade, por causa da
liquidez e dos preços.
OMatoGrossoéograndedestaquenacio-
nal e a locomotiva do milho no Centro-Oes-
te, com 26,8 milhões de toneladas produzi-
das na safraatual, 57,4%da colheita regional
e 28%de todo omilho produzido pelo Brasil
na temporada. No ambiente regional, é se-
guido por Goiás, terceiro maior produtor do
País, com 9,8 milhões de toneladas e 10,2%
da produção nacional. E pelo quarto produ-
tor, Mato Grosso do Sul, com 9,5 milhões de
toneladas e 9,9%da safra brasileira. O Distri-
to Federal tem pequena contribuição diante
destemar degrãosde seus vizinhos.
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