Anuário Brasileiro do Milho 2017 - page 28

Inor Ag. Assmann
26
A
fraqueza dos preços no merca-
do internacional, em virtude
do aumento na oferta, é uma
das razões pelas quais a expec-
tativa de safra global divulgada
pelo Departamento de Agricultura dos Esta-
dos Unidos (USDA) em junho é de retração
de 3,3% na colheita do ciclo 2017/18, que
pode fechar em 1,032 bilhão de toneladas.
Seriam 35,3 milhões de toneladas a me-
nos. O consumo mundial, porém, mante-
rá a trajetória de crescimento, desta vez em
cerca de 2,7%, para 1,062 bilhão de tonela-
das (28 milhões de toneladas a mais). Com
a demanda maior do que a oferta, os esto-
ques mundiais, ao final do ano comercial
2017/18, podem recuar 13,5%, a até 194,3
milhões de toneladas. O volume equivale a
66 dias de consumomundial.
O relatório de junho do USDA prevê que
neste cenário o comércio entre países apre-
sentará queda para 152,9 milhões de tone-
ladas de milho, ou 3,6%. Algumas nações
consumirão parte dos estoques para equili-
brar o balanço doméstico.
Após a colheita recorde na atual tem-
porada, cujo volume ainda deve ser ajusta-
doem julho, coma contagemdos prejuízos
de produção e de produtividade por causa
do excesso hídrico em vários estados pro-
dutores, o USDA estima que a colheita dos
Estados Unidos caia 7,1%, para 357,3 mi-
lhões de toneladas. Os preços na tempora-
da, a instabilidade dos posicionamentos do
governo Trump sobre o financiamento do
agro e a menor intenção de plantio interfe-
remneste comportamento.
No Brasil, a safra 2017/18 deve recuar
2,1%, para 95 milhões de toneladas (das
atuais 97 milhões de toneladas projeta-
das), conforme o boletim do USDA, apesar
do avanço na área plantada. A retração se
concentra no rendimento por área. Preço
(commenor uso de tecnologia) e clima afe-
tarão as lavouras.
Ao mesmo tempo, o consumo de três
dos quatro grandes consumidores globais
deve crescer a um nível recorde na próxi-
ma temporada. A exceção é a União Euro-
peia (UE28), que vai superar a demanda do
período 2016/17, mas ainda ficará abaixo
do maior consumo de sua história, no ciclo
2014/15, de 77,9 milhões de toneladas. Es-
tados Unidos (com 315,6 milhões de tone-
ladas) e China (com 238 milhões de tonela-
das), juntos, representam mais de 50% da
demanda internacional do grão no planeta.
O Brasil, quarto maior demandante mun-
dial, usará o recorde de 61,5 milhões de to-
neladas para suas diversas finalidades.
n
Safra global 2017/18 tende a
apresentarmenorprodução,masoconsumosegue
aumentandoepoderádarsuporteaospreçosinternacionais
Umasafra
cadenciada
1...,18,19,20,21,22,23,24,25,26,27 29,30,31,32,33,34,35,36,37,38,...76
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