Inor Ag. Assmann
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Altos preços do primeiro
semestrede2016 impulsionaramoincrementode10,3%na
áreacultivadaemotivaramumsaltonaproduçãonacional
E
m 2016 não faltaram contrastes
no mercado do milho e os impac-
tos dessas dinâmicas refletem-
-se no ano comercial 2017/18 e na
área cultivada no ciclo 2016/17.
De acordo com o Centro de Estudos Avan-
çados em Economia Aplicada (Cepea), da
Escola Superior de Agricultura Luiz de Quei-
roz (Esalq), vinculada à Universidade de São
Paulo (USP), o adiantamento das negocia-
ções ao final da temporada e a quebra da sa-
fra2015/16, que levouàmenor produçãoem
cinco safras, impulsionaram os valores do-
mésticosnamaior partede2016.
A elevaçãodas cotações resultou emmu-
danças na dinâmica de mercado do cereal:
os preços regionais descolaram-se das refe-
rências nacionais e internacionais, e reduzi-
ramacompetitividade. Por consequência, as
exportações recuaram, e também elevaram-
-seascomprasinternacionaisnosegundose-
mestre. A relaçãocambial foi relevante.
Em 2016, o indicador de preços do mi-
lho Esalq/BM&FBovespa, referente à região
deCampinas(SP),subiu3,6%,aatéR$38,17
por saca de 60 quilos, em 29 de dezembro.
Oseuaugenoprimeirosemestreocorreuao
atingir o recordenominal no iníciode junho:
R$ 53,91 por saca de 60 kg, alta de 46,4%na
primeira metade de 2016. No ano, a média
superou em53,1%a de 2015.
Os valores do milho atingiram patama-
res recordes em todas as regiões acompa-
nhadas pelo Cepea. Os preços subiram por
causa da baixa oferta do cereal, refletindo
o reduzido estoque inicial da safra 2015/16
(16% menor que o da temporada anterior)
e a quebra de 14,3% na produção de verão
(que, segundo a Conab, somou 25,85 mi-
lhões de toneladas). A estimativa é de queda
de 12,3%na área. Os produtores preferiram
plantar soja, na época.
De janeiro a junho, o Brasil exportou 12,3
milhões de toneladas demilho, volumemui-
to superior às 5,3 milhões de toneladas em-
barcadasnomesmoperíodode2015. Os ele-
vados preços do primeiro semestre, por sua
vez, motivaramo aumento de 10,3%na área
nacionalcultivadacommilhonasegundasa-
fra 2015/16 – a maior da história até então.
No entanto, o atraso na semeadura do Cen-
tro-Oeste e o clima desfavorável – quente e
seco de março a maio – prejudicaram a pro-
dutividadedaslavouras,quecaiu31,7%fren-
teà segunda safrada temporadaanterior.
Comoavançoda colheita confirmou-sea
quebradasegundasafra.Seemabrilde2016
aConab indicavaproduçãode57milhões de
toneladas,acolheitaconfirmou40,7milhões,
recuo de 24,7% frente à temporada 2014/15.
Tal cenário elevou os preços domilho no se-
gundo semestre nomercado físico e nomer-
cado futuronaprimeiraquinzena junho.
Na segunda metade de junho, com o iní-
cio da colheita, pela primeira vez no ano os
preços caíramno
spot
nacional,mesmo com
estimativa de quebra, movimento mantido
até meados de julho. Então, os vendedores
nacionais voltaram os negócios ao atrativo
mercadodoméstico. Ao final de julho, ospre-
çossubiram,pormedodaquedadeofertano
restantedoano.
n
Opreçoé
adubo