Anuário Brasileiro do Milho 2017 - page 49

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É preciso proteção
A fragilidade da economia leva o governo federal a não cumprir, por exemplo, as três diferentes leis que determinamo preçomínimo
agrícola.“Então,inventaoProgramadeEscoamentodaProdução(PEP)eleilõesquenãoresolvemasituação”,lamentaAlyssonPaolinelli,
daAbramilho. Ele consideraque, apesar dea safrados EstadosUnidos, no iníciodo segundo semestre, refletir-seemtodoomundo, a co-
mercializaçãonosegundosemestre tendea sermais firme.
Ocorrequea relaçãoentreocâmbio–comodólar na faixadeR$3,30–eospreçosdomésticosmaisbaixosdácompetitividadeaomi-
lhobrasileirono comércio internacional. Com isso, as exportações devemaumentar. Oenxugamentoda oferta ajudarána recomposição
de cotaçõesmais firmes, aindaquenãoalcancemospatamaresqueeramdesejadosparagarantir a renda justaaoprodutor.
Por estas oscilações pontuais, Paolinelli entendequeoprodutor nacional deveestar protegidocomseguroagrícolaeficiente, garantia
depreçosmínimosadequadosaoscustosdeproduçãoecréditosajuroscompatíveisparacusteio,comercializaçãoeinvestimentoemar-
mazenagem, tecnologias e infraestrutura. “Daporteiraparadentro, temos crescido emcompetitividade e investimentos emtecnologias,
masdo ladode foranão temosoapoioque recebemosprodutoresdospaísesque sãonossos grandes concorrentes”, resume.
demos frustrar a expectativa sobre a capa-
cidade de sermos os fiadores da segurança
alimentar internacional”, afirma.
Paolinelli argumenta que é importante a
cadeia produtiva avaliar, no momento, a di-
ferença de contextos entre a ocasional varia-
ção nos preços impactados pelo tamanho
das safras emuma temporadaeos conceitos
fundamentais do mercado. O foco, entende,
deveseratrajetóriamédiadocomérciomun-
dial, que aponta firmeza no crescimento da
demanda e muitas indefinições sobre a ca-
pacidade de abastecimento futuro por par-
te dos outros países. Por isso, sustenta que
o Brasil não reduzirá a capacidade produti-
va, pois no futuro precisará atender grande
partedademandaglobal demilho, quedeve
chegar a350milhõesde toneladas em2050.
O ex-ministro da Agricultura também
lembra que a especulação resulta da expec-
tativa, e estará sempre presente. “Se o grão
está escasso, grandes fundos mundiais cor-
rem para atender o mercado e ganhar di-
nheiro, mas se recolhem quando ele está
abastecido”, destaca. Em seu entendimento,
as cotações tiveramum“soluço”por circuns-
tâncias internas – tamanho da safra, falta de
políticaagrícolaeficiente, economia fragiliza-
da, política conturbada, infraestrutura defici-
tária e alinhamento de conjuntura desfavo-
rável temporária no mercado internacional.
“Mas a demanda cresce e estabilizará os pre-
çosmais ali na frente”, vaticina.
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