Silvio Ávila
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Uma
doce opção
Entreasnovas culturas em
implantaçãonoOesteda
Bahia, produçãode cacau
registra cultivos com
potencial de ser ampliado
nospróximos anos
A tradição baiana na cultura de cacau no País, com pro-
dução concentrada no Sul do Estado e que rendeu a lide-
rança nacional, poderá estender-se à Região Oeste, onde
foram iniciados cultivos e já se prevê bom potencial produ-
tivo. As primeiras experiências feitas há pouco tempo com
a matéria-prima do chocolate na região, ainda sem acom-
panhamento técnico, mostraram resultados razoáveis, mas
avaliação especializada realizada em 2016 mostrou con-
dições de se obter grandes produtividades e formar novo
polo estadual do produto.
Aopçãoapresenta-sequandoaprodu-
ção nacional cai e a demanda aumenta, o
que leva à busca de novas áreas para de-
senvolver a cultura. A Comissão Executiva
do Plano da Lavoura Cacueira (Ceplac), li-
gada ao Ministério da Agricultura, Pecuá-
ria e Abastecimento (Mapa), tem estimu-
lado ampliação de regiões produtoras e,
em 2016, enviou equipe técnica ao Oeste
baiano para verificar as condições de pro-
dução, a partir da experiência inicial. Esta aconteceu em três
lavouras em perímetros irrigados (duas no Barreiras Norte e
uma noRiachoGrande), por produtores oriundos da área pro-
dutora tradicional de Ilhéus, no Sul da Bahia.
Nas avaliações feitas, os técnicos observaram bom poten-
cial produtivo, que pode atingir, em pouco tempo, mil hecta-
res de lavoura e produtividade de 250 arrobas por hectare, o
que representa cinco vezes o rendimento que se obtém hoje
no Sul baiano. Um dos aspectos salientados é de que o Oes-
te, além de solos e clima propícios, oferece topografia favorá-
Área técnica
dosetorvê
possibilidadesde
altaprodutividade
naregião
vel à mecanização de operações da produção
(plantio, podas, adubações e quebra do pro-
duto, emgrande partemanual nas áreas tradi-
cionais), o que facilita e potencializa o proces-
so produtivo.
A região, com vocação agrícola reconheci-
da emvárias culturas, tambémpode cultivar o
cacau, observa Cisino Lopes, diretor de Águas
e Irrigação da Associação de Agricultores e Ir-
rigantes da Bahia (Aiba), que participou em
2017, em Ilhéus, de
workshop
sobremecaniza-
ção da cacauicultura, e acompanha o trabalho
iniciado no Oeste. Ele já observou “excelentes
resultados com o uso de clones mais produti-
vos, como é o caso das variedades Cepec 2002
e PS 1319”. Na sua visão, mais esta alternativa
pode ser interessantepara a região, comopro-
pósitode reforçar a suaeconomia, assimcomo
para somar na produção do Estado.
Cacau
•
Cocoa