A
evolução da produção brasi-
leira de soja ainda não enxer-
ga ponto de chegada. Está em
pleno andamento, baseada em
demanda crescente do produ-
to e condições de expansão bem estabele-
cidas. Para os próximos 10 anos, o Ministé-
rio da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa)projetacontínuocrescimentodoprin-
cipal produto agrícola do País, com amplia-
çãode 29,7%na produção, 23,4%no consu-
mo interno emais 33,5%na exportação. Em
sua avaliação, será a lavoura quemais deve
expandir área na próxima década (27,5%),
sem maior impacto ambiental e, conforme
opiniãodeespecialista, atépositivo.
Aexpansão, segundoprojeçõesdoMapa
até o ciclo 2026/27, ocorrerá de modo es-
pecial sobre terras de pastagens naturais.
Alémdisso, éprevistapara regiõesondeain-
da há áreas disponíveis, enquanto em ou-
tras deverá acontecer substituição de cul-
turas. Será significativa em“áreas de grande
potencial produtivo, como as de Cerrado na
região do Matopiba (nos estados do Mara-
nhão, Tocantins, Piauí e Bahia), do Centro
paraoNorteeNordeste”. AmélioDall”Agnol,
da Embrapa Soja, por sua vez, observa que
“novas fronteiras agrícolasnoCentro-Oeste,
Extremo Sul e Matopiba deverão responder
pelo acréscimo de produção e com impac-
tos ambientais positivos, via recuperação
da capacidade produtiva dos solos em áre-
as de pastagens degradadas”.
garantido
Futuro
Projeçõesparaospróximosanos
indicammanutençãodocrescimento
daproduçãoedademandadoproduto,
tendooBrasilcomoprotagonista
O pesquisador comenta que o aumen-
to da demanda de soja está vinculado ao
maior consumo de carne, com incremen-
to da renda das pessoas, em particular nos
países emdesenvolvimento, onde hámaior
contingente e crescimento de população.
Cita que a produção mundial da proteí-
na animal tem crescido de forma contínua
e assim deve continuar, tanto que há pers-
pectivas de organismos mundiais no senti-
do de que precisará quase dobrar até 2050.
Para tanto, conclui, oBrasil está preparado.
Em relação ao farelo e ao óleo de soja,
o Mapa mostra “moderado dinamismo da
produção nos próximos anos”, com au-
mentos respectivos de 19,8% e 24%, um
pouco maiores, no entanto, do que os ve-
rificados na última década. Quanto ao seu
destino, ao contrário dos grãos, será mais
interno, onde se prevê acréscimo de 32,2%
no farelo, para fabricação de rações ani-
mais, e de 28,6% no óleo, com impulso em
especial daproduçãode biodiesel para uso
nos veículos nacionais.
n
Como Amélio já afirmou em outras
oportunidades no
Anuário Brasileiro da
Soja
, e reiterou em opinião publicada em
julho de 2017, “sem derrubar mais uma só
árvore de sua imensa floresta amazônica,
a área cultivada com soja no Brasil pode-
rá crescer muito ainda”. Ao registrar que o
País domina tecnologias para produzir soja
com eficiência em regiões tropicais, onde
o restante do planeta ainda é ineficiente, e
tem mais condições para expandir do que
os competidores diretos (Estados Unidos e
Argentina), salienta que o Brasil pode ser o
grande beneficiário do crescimento proje-
tado na demanda mundial de soja, voca-
cionado a se tornar o principal fornecedor
desse consumo adicional.
Cultivo noPaís deverá crescer emespecial sobre as terras de pastagens
Inor Ag. Assmann
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