Anuário Brasileiro do Tomate 2016 - page 49

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Por ter um valor substancial, Nasci-
mento articula que, ao comprar semen-
tes de tomate, os produtores precisam le-
var em consideração alguns atributos em
nome da qualidade: o fisiológico, que ga-
rante germinação e vigor; o físico, relacio-
nado à parte física da planta; e o sanitário,
já que muitas doenças podem ser transmi-
tidas por esse viés. “É preciso que haja um
cuidado muito grande durante a produção
dessas sementes, não só no aspecto gené-
tico, porque quem está pagando esse pre-
ço não quer sementes contaminadas, que
não germinem ou não tenham vigor”, diz.
Conforme o pesquisador, a produção de
sementes exigemuito profissionalismo, des-
de a pesquisa das cultivares até seu desen-
volvimento. No entanto, destaca que hoje
umdos problemas enfrentados pelo País é a
terceirização. “No caso específico do toma-
te, infelizmente muito pouco da produção
de sementes está sendo feito no Brasil, mas
sim delegado para países como Peru, Índia
e Tailândia, que possuem os custos mais
baratos, especialmente de mão de obra”,
esclarece. Nesses casos, geralmente as em-
presas mandam os pais e recebem os fi-
lhos, abrindo margem a ameaças.
“Deixamos de desenvolver tecnologia
e ainda corremos o risco da entrada de
novas pragas, sem falar na evasão de di-
visas”, frisa. Uma das propostas da Em-
brapa, juntamente com a Associação Bra-
sileira de Sementes e Mudas (Abrasem),
que já foi apresentada ao Ministério de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa), é criar um polo de produção de
sementes no Brasil. “A pesquisa trabalha
com o desenvolvimento de tecnologias
de produção de sementes de tomate. Por-
tanto, capacidade e tecnologia para isso
nós temos”, garante.
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