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Conforme Oliveira, o IBGE indica que
o segmento de tomate indústria em 2015
abrangeu 21 municípios no Estado. Estes
ficam bastante próximos às indústrias de
atomatados. Estima-se que 66% da área
plantada está nos municípios de Cristali-
na (3,5 mil hectares), Morrinhos (1,3 mil
hectares) e Itaberaí (1,2 mil hectares). Já o
tomate de mesa esteve presente, em 2015,
em 27 municípios, com destaque para
Santa Rosa do Goiás e Corumbá de Goiás,
com 100 hectares cada, seguidos de Goia-
nápolis e Catalão, com 90 e 80 hectares,
respectivamente.
“A cadeia produtiva do tomate estaque-
ado ou de mesa é uma grande fonte de
emprego e renda em Goiás", refere Olivei-
ra. "A atividade gera entre cinco e seis em-
pregos diretos por hectare ao ano. A média
é a mesma na geração de empregos indire-
tos. Considerando a área plantada, são mais
de 6 mil empregos gerados”. O agrônomo
aponta que, analisando o elevado custo de
produção dessa cultura, que fica próxi-
mo de R$ 65 mil por hectare, e observan-
do também a área ocupada pelo tomate, é
possível ter dimensão da movimentação fi-
nanceira que existe graças ao tomate.
PIONEIRISMO
O Estado de Goiás é o primeiro do
Brasil a contar com um Plano de Defesa
Agropecuária, que trata da instituição
de um calendário para o plantio de to-
mate, estabelecendo a região e a data
de implantação da cultura, em obedi-
ência à Instrução Normativa nº 06/2011,
do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa). A proposta pre-
vê a ausência de plantas de tomate nos
meses de novembro a janeiro, período
de grande incidência da mosca-branca
nas principais áreas de cultivo do Esta-
do. A ideia é reduzir a população desses
insetos, que têm grande capacidade de
transmissão das geminiviroses, e dimi-
nuir a fonte de inóculo de vírus para os
plantios subsequentes.
Coma adoção do calendário de plan-
tio, vislumbra-se benefícios como me-
nor custo de produção para o produtor,
menor exposição do trabalhador rural a
agentes químicos nocivos à saúde eme-
nor quantidade de agrotóxicos lançados
ao meio ambiente. “Com a ausência de
geminiviroses, haverá o desenvolvimen-
to normal dos frutos, evitando as perdas
dequalidadeepesoe, por consequência,
o aumento da produtividade”, cita Alípio
Magalhães de Oliveira, engenheiro agrô-
nomoda Emater deGoiás.